segunda-feira, 2 de novembro de 2020

CARTAS DE SETEMBRO





CARTA ÀS MULHERES
 
Ás interessadas
 
 
 
 
Ermesinde, Setembro de 2018
 
 
          Amiga 
 
 
Fetiche é uma condição na qual alguém é sexualmente fixado num objeto inanimado. Pode ser um salto alto, uma linda lingerie ou uma parte do corpo. Os fetiches sexuais ganharam visibilidade sem receios ou vergonhas e hoje são opções preferidas de homens e mulheres. Inclusive, uma das dicas que os sexólogos dāo para melhorar a nossa vida sexual, é sempre experimentar novas sensações.Não se deve ter medo de se soltar e colocar em prática seus fetiches, saiba que não deve haver tabus quando o assunto é sexo! Desde que haja satisfação mútua com o seu parceiro, ter um fetiche pode apimentar a relação e deixar a vida sexual mais prazerosa.
Dos maiores fetiches na sexualidade é sem duvida a lingerie, pela sua textura, a seda o cetim e o nylon, sempre foram como peças íntimas da mulher, um fascínio e uma arma de sedução.  A lingerie, essa segunda pele teve os seus registos na Grécia Antiga. Naquela época, as mulheres usavam uma faixa de tecido em torno do tórax para sustentar os seios e peças parecidas com fraldas de algodão na parte inferior do corpo. Os sutiãs e calcinhas conhecidos atualmente surgiram apenas no início do século XX. Até então, ainda se utilizava espartilhos e crinolinas. As primeiras roupas de baixo tinham como função principal redesenhar a silhueta feminina. A peça de destaque era o espartilho, criado para ser usado sob trajes e vestidos. As mudanças trazidas por este novo contexto industrial não foram suficientes para inaugurar um caráter erótico proposital nas roupas íntimas femininas. Afinal era a praticidade a nova ordem em questão. Isto significa que as peças mantinham seu caráter erótico natural devido à região que veste, porém não teria nenhum apelo proposital para lembrar o sexo, ou seja, um caráter de sedução.
Através de cartões-postais, imagens de mulheres seminuas eram veiculadas. Estas eram prostitutas que posavam em poses sensuais para atrair os olhares masculinos. Nota-se que o caráter erótico-sedutor não se dá em qualquer corpo feminino, mas apenas ao da prostituta.Esta separação entre as duas figuras femininas, esposa/mãe/dona-de-casa e prostituta, constitui uma forte representação para as mulheres desde finais do século XIX, e presentes até grande parte do século XX. Estas representações femininas não separam apenas suas funções sociais, mas também suas funções corporais: o corpo do prazer e o corpo maternal.
Um jornalista brasileiro descreve assim a sua relação com a mulher amada, a sua mulher ideal:
 
A MINHA MULHER IDEAL
 
Quando uma mulher te ama, é capaz de tudo.
Ela compreende-me, a mulher que adoro e veste-se com a lingerie mais sexy, agora sim, não é só nas revistas ou no cinema, não é só nas fotos da net ou da PlayBoy, agora posso ter uma mulher linda, de cinta liga que prende as presilhas ás meias de seda, que veste uma calcinha de seda cheia de glamour, que põe um sutiã de renda justo nos seios lindos. Amo essa mulher glamourosa, que solta o cabelo num gesto unicamente feminino, que veste uma camisa de noite em seda até aos pés cheia de lacinhos e rendas, que acende velas na mesa num jantar a dois, que dispõe velas de cheiro pela casa, que regula a luz o mais suave possível e me chama para jantar.
Essa mulher me entende, deixa-me beijá-la com amor e desejo, deixa-me lamber-lhe as entranhas em fogo e faze-la vir, alcançar o supremo dos orgasmos com a minha boca e dar-lhe um mais pleno dos gozos. Meter-me dentro do seu corpo, fazê-la gozar até lhe mostrar o céu e por fim vir-me dentro dela, ungindo com meu amor supremo e que une uma mulher a um homem. Ela adora o seu homem, que lhe dá o maior dos prazeres no máximo da sua virilidade, que a leva ao infinito do prazer como nunca nenhum homem a levou. Que importa as suas fantasias... Ela também as tem e ele, todas as satisfaz com amor e loucura, esse é o seu homem, eu.
 
                                                                                            Celso Fernandes
 
Como diz o Celso Fernandes:
“...agora sim, não é só nas revistas ou no cinema, não é só nas fotos da net ou da PlayBoy...” É verdade, a maioria de nós só nesses registos teve acesso a mulheres assim vestidas, a nossa mulher, normalmente não tem o discernimento para tal e fica até ofendida se falamos disso... Claro que as novas gerações (penso eu) não se ofendem quando na intimidade se fala do uso da lingerie, mas antigas gerações, pela educação castradora que tiveram, dizem até frases como a que jà ouvi: “Não gostas do meu corpo?... E assim dormem de pijama de flanela. Não adianta oferecer uma camisa de noite que nunca vestem, ou o aquele body em cetim e renda que a amiga lhe ofereceu pelos anos, que foi arrumado na gaveta para sempre...
Regina Navarro, sexológa  brasileira, vai mais longe e define o tamanho, o tecido e a cor da calcinha como sendo senhas. Senhas essas que revelam a identidade erótica de quem a veste. Entre brancas, amarelas, rosas, vermelhas e pretas, temos um leque de intenções, personalidades, sofisticação e ousadia. A amarela, por exemplo, pode dizer de alguém que não quer ter relações sexuais. Já a rosa diz de uma pessoa romântica e presa em ideais. A preta é sofisticada, poderosa e mal intencionada, mas não menos que a vermelha.
Enfim, Fetiches... Ou não!

Sem comentários:

Enviar um comentário

ENQUANTO ME LEMBRO...