CARTAS DE SETEMBRO
CARTA ÀS MULHERES
Ás interessadas
Ermesinde, Setembro de 2018
Amiga
Fetiche
é uma condição na qual alguém é sexualmente fixado num objeto inanimado. Pode
ser um salto alto, uma linda lingerie ou uma parte do corpo. Os fetiches
sexuais ganharam visibilidade sem receios ou vergonhas e hoje são opções
preferidas de homens e mulheres. Inclusive, uma das dicas que os sexólogos dāo
para melhorar a nossa vida sexual, é sempre experimentar novas sensações.Não se
deve ter medo de se soltar e colocar em prática seus fetiches, saiba que
não deve haver tabus quando o assunto é sexo! Desde que haja satisfação
mútua com o seu parceiro, ter um fetiche pode apimentar a relação e deixar
a vida sexual mais prazerosa.
Dos
maiores fetiches na sexualidade é sem duvida a lingerie, pela sua textura, a
seda o cetim e o nylon, sempre foram como peças íntimas da mulher, um fascínio
e uma arma de sedução. A lingerie, essa
segunda pele teve os seus registos na Grécia Antiga. Naquela época, as mulheres
usavam uma faixa de tecido em torno do tórax para sustentar os seios e peças
parecidas com fraldas de algodão na parte inferior do
corpo. Os sutiãs e calcinhas conhecidos atualmente surgiram apenas no
início do século XX. Até então, ainda se utilizava espartilhos e
crinolinas. As primeiras roupas de baixo tinham como função principal
redesenhar a silhueta feminina. A peça de destaque era o espartilho, criado
para ser usado sob trajes e vestidos. As mudanças trazidas por este novo
contexto industrial não foram suficientes para inaugurar um caráter erótico
proposital nas roupas íntimas femininas. Afinal era a praticidade a nova ordem
em questão. Isto significa que as peças mantinham seu caráter erótico natural
devido à região que veste, porém não teria nenhum apelo proposital para lembrar
o sexo, ou seja, um caráter de sedução.
Através
de cartões-postais, imagens de mulheres seminuas eram veiculadas. Estas eram
prostitutas que posavam em poses sensuais para atrair os olhares masculinos.
Nota-se que o caráter erótico-sedutor não se dá em qualquer corpo feminino, mas
apenas ao da prostituta.Esta separação entre as duas figuras femininas,
esposa/mãe/dona-de-casa e prostituta, constitui uma forte representação para as
mulheres desde finais do século XIX, e presentes até grande parte do século XX.
Estas representações femininas não separam apenas suas funções sociais, mas
também suas funções corporais: o corpo do prazer e o corpo maternal.
Um
jornalista brasileiro descreve assim a sua relação com a mulher amada, a sua
mulher ideal:
A MINHA MULHER IDEAL
Quando uma mulher te ama, é capaz de
tudo.
Ela compreende-me, a mulher que adoro
e veste-se com a lingerie mais sexy, agora sim, não é só nas revistas ou no
cinema, não é só nas fotos da net ou da PlayBoy, agora posso ter uma mulher
linda, de cinta liga que prende as presilhas ás meias de seda, que veste uma
calcinha de seda cheia de glamour, que põe um sutiã de renda justo nos seios
lindos. Amo essa mulher glamourosa, que solta o cabelo num gesto unicamente
feminino, que veste uma camisa de noite em seda até aos pés cheia de lacinhos e
rendas, que acende velas na mesa num jantar a dois, que dispõe velas de cheiro
pela casa, que regula a luz o mais suave possível e me chama para jantar.
Essa mulher me entende, deixa-me
beijá-la com amor e desejo, deixa-me lamber-lhe as entranhas em fogo e faze-la
vir, alcançar o supremo dos orgasmos com a minha boca e dar-lhe um mais pleno
dos gozos. Meter-me dentro do seu corpo, fazê-la gozar até lhe mostrar o céu e
por fim vir-me dentro dela, ungindo com meu amor supremo e que une uma mulher a
um homem. Ela adora o seu homem, que lhe dá o maior dos prazeres no máximo da
sua virilidade, que a leva ao infinito do prazer como nunca nenhum homem a
levou. Que importa as suas fantasias... Ela também as tem e ele, todas as
satisfaz com amor e loucura, esse é o seu homem, eu.
Celso Fernandes
Como diz o Celso Fernandes:
“...agora sim, não é só nas revistas ou no
cinema, não é só nas fotos da net ou da PlayBoy...” É verdade, a maioria de nós
só nesses registos teve acesso a mulheres assim vestidas, a nossa mulher,
normalmente não tem o discernimento para tal e fica até ofendida se falamos
disso... Claro que as novas gerações (penso eu) não se ofendem quando na
intimidade se fala do uso da lingerie, mas antigas gerações, pela educação
castradora que tiveram, dizem até frases como a que jà ouvi: “Não gostas do meu
corpo?... E assim dormem de pijama de flanela. Não adianta oferecer uma camisa
de noite que nunca vestem, ou o aquele body em cetim e renda que a amiga lhe
ofereceu pelos anos, que foi arrumado na gaveta para sempre...
Regina
Navarro,
sexológa brasileira, vai mais
longe e define o tamanho, o tecido e a cor da calcinha
como sendo senhas. Senhas essas que revelam a identidade erótica de quem a
veste. Entre brancas, amarelas, rosas, vermelhas e pretas, temos um leque de
intenções, personalidades, sofisticação e ousadia. A amarela, por exemplo, pode
dizer de alguém que não quer ter relações sexuais. Já a rosa diz de uma pessoa
romântica e presa em ideais.
A preta é sofisticada, poderosa e mal intencionada, mas não
menos que a vermelha.
Enfim, Fetiches... Ou não!
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