CARTA AO VERISSIMO Aos meus colegas de
26 anos de trabalho
Ermesinde, Setembro de 2007 Sr. Veríssimo Além de ser levado pela
ganância, empurrado pelo “Cavaquismo” e possuidor duma ignorância a toda a
prova, sem educação ou aptidão para gerir seja o que for, ingrato para quem o
ajudou a enriquecer o seu património, melhor não se podia esperar dum homem
inculto e desprovido de personalidade. Reles, mentiroso e muitas vezes cruel,
odiado até pelo filho (herdeiro da sua ganância) e incapaz de saber distinguir
aqueles que o quiseram ajudar nas más horas que passou, na empresa que fundou
com a ajuda do sócio Manuel Moreira, esse sim, pilar fundamental da firma de
publicidade Moreira & Verissímo, que
com a sua saída provocou o a derrocada
final, numa empresa pioneira e em franco progresso, mas que não soube
acompanhar as novas tecnologias do mercado e oportunidades do momento em causa. E porquê? Eu
conto, pela experiência de 26 anos ao serviço da empresa: 1982 — Os primeiros 3 anos foram de sacrifício, de trabalho sem condições ao
frio, ao sol e muitas vezes desenhando em mesas improvisadas com pingos de
chuva a caírem, etc. Mas sempre na ansiedade de conquistar melhorias nas
condições de trabalho e benefícios salariais, uma vez que era a única empresa
do sector na cidade. Havia naquele tempo um bom lote de profissionais,
considerados por muitos como verdadeiros “artistas”. É deste viveiro que mais
tarde (anos depois), vão nascer empresas que chegam a fazer uma forte oposição
comercial. 1985 — Nos 5 anos seguintes, melhoraram as condições, agora com estiradores e
material (que até aí era pago pelos próprios trabalhadores), e instalações de
mais qualidade. Começaram a haver aumentos bianuais de salários, gratificações no
Natal e almoço anual. A produção aumentou e entrou mais pessoal, chegando a
trabalhar na empresa 25 pessoas. 1990 — Nestes 8 anos a seguir, foi a entrada no mundo da informática, um passo
gigante na vanguarda do sector de produção. Desenho computorizado com programas
específicos para corte em
plother. Máquinas de fresagem e corte de esferovite em
grandes volumes. Impressoras de jacto de tinta para grandes e pequenos
formatos. Aquisição de grandes instalações para camiões de grande tonelagem.
Aumento de postos de trabalho que atingem nesta altura 30 empregados. Aumentos
anuais de salários, gratificações na Páscoa e Natal, almoço anual e
distribuição mensal de senhas de refeição. 1998 — São os 3 anos onde vai começar a descalabro. A sociedade que até então
era de dois sócios, dá lugar a mais dois (os filhos). Descapitalizam a empresa
com obras megalómanas. Novas instalações para: Escritórios, sala de reuniões e
4 gabinetes de luxo, orçado em mais de 20.000 contos. Central telefónica no
valor de mais de 1.000 contos. 4 Automóveis comerciais para a gerência no valor
de 9.000 contos. Modificação total da identidade da empresa desde simples
cartões à publicidade nas viaturas, com custos acrescidos de mais de 1.000
contos pagos a um designer particular. A partir desta altura terminam os
aumentos salariais, acabam todas as gratificações e terminam os almoços anuais
da empresa. Os sócios da empresa, passam a auferir os quatro, 2.000 contos
mensais. O pessoal eventual (a recibo verde), é afastado e os 16 que ficam,
recebam no total ao fim do mês 1.600 contos (menos que os 4 gerentes). É
desviado da empresa materiais e serviços que não são contabilizados e dois dos
sócios abrem empresas paralelas. Cava-se um buraco orçamental a empresa fica
descapitalizada e a “crise” instalou-se. Enquanto isso, o património particular
aumenta com: Automóveis topo de gama. Casas de luxo. Apartamentos no Algarve. Viagens
ao estrangeiro de férias, pagas pela empresa. Motos de grande cilindrada para
filhos e netos. Telemóveis topo de gama para toda a família. Passagens d’Ano e
festas de Carnaval no estrangeiro. Desorganização total na empresa. 2001 — São os 5 anos da “Crise”.
A sociedade é desfeita e três sócios abandonam a empresa, o único que fica não
tem capacidade organizativa, nem sabe gerir os destinos da empresa.
Desmoralizado e vitima do sucedido, arrasta a empresa para o caos, desmotivando
os trabalhadores e a coberto da “crise”, e não querendo mexer no seu património
particular, nem arranjando novas vias de saída da crise, perdendo 80% da
carteira de clientes para outras empresas que entretanto foram abrindo ao
mercado. Rodeia-se de pessoas que mesmo tentando erguer a empresa, ele começa a
ser o obstáculo principal com a ideia predefinida de levar a empresa
gradualmente a fechar. As dívidas à banca, ao estado e a fornecedores
acumulam-se. Os salários começam a ser pagos em duas e três prestações. A
desmotivação é total, não há ninguém que venda e a produção cai mais de 70%. Os
filhos com medo de verem lapidado o património particular do patriarca, fazem
reuniões sucessivas para venderem a empresa que no momento tem um passivo
superior ao activo. Todas as tentativas saem frustradas e para não fechar a
empresa, com dívidas por todo o lado, recorrem a mais credito e tentam fazer
uma reestruturação, com o despedimento de mutuo acordo, com 5 dos 12
trabalhadores actuais na empresa e com os salários mais altos, apesar de não
terem qualquer aumento nos últimos sete anos. Entregando nas mãos da Segurança
Social e do Fundo de Desemprego o destino das pessoas, na da taxa etário de 35
aos 60 anos. 2007 — Afinal a tão esperada reestruturação nunca chegou. O gerente que não quer,
nem sabe gerir, vai levando dia a dia a empresa ao caos. Mesmo na hora de
vender a empresa e tentar que o M&V sobreviva, “rói a corda”, insulta os
compradores e abandona as negociações, cego pela estupidez que sempre o
caracterizou (que o digam, clientes, fornecedores e todas as pessoas que
tentavam um diálogo civilizado), para desespero das próprias filhas que ainda
pensavam conseguir uma saída para a crise. Com um total desprezo pelas pessoas,
deixa a empresa afundar depois de penhoras sucessivas e fecha as portas
definitivamente em Fevereiro, pedindo a ajuda do filho que tanto caluniou e
culpou pelo descalabro da firma, pois nem para declarar falência o “gerente”
teve habilidade. Os poucos empregados na altura, encontravam-se agora com a
carta de despedimento na mão e palavras a abater ao débito de 3 meses de
ordenado. Outros com quem assinou compromissos ficam de mãos vazias. Foi o
fechar de um capitulo da era da publicidade na cidade do Porto. Aquela que
tinha sido a empresa pioneira, com credibilidade no mercado, “MÃE” de muitas
que hoje existem, fechou as portas da pior maneira. Paz à sua alma! Manuel Carvalho (empregado nº7,
apesar de em 2005 ser o 2º mais antigo na empresa, mas... a ordem era por nome,
para que Álvaro Pinto [afilhado e sobrinho], ficasse em primeiro e o mais
antigo, Gerado Ferreira e eu Manuel Carvalho, ficasse afastado, até nisto...)
1982 — Os primeiros 3 anos foram de sacrifício, de trabalho sem condições ao
frio, ao sol e muitas vezes desenhando em mesas improvisadas com pingos de
chuva a caírem, etc. Mas sempre na ansiedade de conquistar melhorias nas
condições de trabalho e benefícios salariais, uma vez que era a única empresa
do sector na cidade. Havia naquele tempo um bom lote de profissionais,
considerados por muitos como verdadeiros “artistas”. É deste viveiro que mais
tarde (anos depois), vão nascer empresas que chegam a fazer uma forte oposição
comercial.
1990 — Nestes 8 anos a seguir, foi a entrada no mundo da informática, um passo
gigante na vanguarda do sector de produção. Desenho computorizado com programas
específicos para corte em
plother. Máquinas de fresagem e corte de esferovite em
grandes volumes. Impressoras de jacto de tinta para grandes e pequenos
formatos. Aquisição de grandes instalações para camiões de grande tonelagem.
Aumento de postos de trabalho que atingem nesta altura 30 empregados. Aumentos
anuais de salários, gratificações na Páscoa e Natal, almoço anual e
distribuição mensal de senhas de refeição.
2001 — São os 5 anos da “Crise”.
A sociedade é desfeita e três sócios abandonam a empresa, o único que fica não
tem capacidade organizativa, nem sabe gerir os destinos da empresa.
Desmoralizado e vitima do sucedido, arrasta a empresa para o caos, desmotivando
os trabalhadores e a coberto da “crise”, e não querendo mexer no seu património
particular, nem arranjando novas vias de saída da crise, perdendo 80% da
carteira de clientes para outras empresas que entretanto foram abrindo ao
mercado. Rodeia-se de pessoas que mesmo tentando erguer a empresa, ele começa a
ser o obstáculo principal com a ideia predefinida de levar a empresa
gradualmente a fechar. As dívidas à banca, ao estado e a fornecedores
acumulam-se. Os salários começam a ser pagos em duas e três prestações. A
desmotivação é total, não há ninguém que venda e a produção cai mais de 70%. Os
filhos com medo de verem lapidado o património particular do patriarca, fazem
reuniões sucessivas para venderem a empresa que no momento tem um passivo
superior ao activo. Todas as tentativas saem frustradas e para não fechar a
empresa, com dívidas por todo o lado, recorrem a mais credito e tentam fazer
uma reestruturação, com o despedimento de mutuo acordo, com 5 dos 12
trabalhadores actuais na empresa e com os salários mais altos, apesar de não
terem qualquer aumento nos últimos sete anos. Entregando nas mãos da Segurança
Social e do Fundo de Desemprego o destino das pessoas, na da taxa etário de 35
aos 60 anos.
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