quarta-feira, 28 de outubro de 2020

INTERVALO

                                                                      INTERVALO

ENTRE LIVROS

LEMBRANDO AMIZADES



 

LEMBRANDO AMIZADES


 



1ª PARTE





A TRADIÇÃO
 
 
Era uma tradição antiga, os grupos excurcionistas, os mealheiros nos tascos e os grupos orgranizados com as caixas de 20 amigos, pequenas formas de guardar dinheiro cotizando durante o ano, para no final se receber a maquia acomulada. Durante o ano, haviam empréstimos aos sócios a pequenos juros, que acomulados era lucros a juntar ao bolo final. Eram depois distribuidos pelo Natal equitativamente pelos 20 sócios, isto num tempo em que não havia subsídios de forma alguma e eram estes pequenos “bancos” caseiros que ajudavam. Haviam livros próprios de deve e haver para o efeito. Havia um tesoureiro e um vogal eleitos para fazer a “escrita”, normalmente pessoas da confiança de todos.
 
 
 
 
 
OS CAROLAS DA BELA
 
       
Para falar aqui dos “Carolas da Bela”, nada melhor que um artigo publicado a 15 de Setembro de 1998, no jornal “A Voz de Ermesinde” de minha autoria e que passo a transcrever:
 
«Se ainda existissem, faziam no dia 11 de Setembro do ano em curso 20 anos. É verdade, como o tempo passa... O Lugar da Bela era tão diferente do que é hoje, meia dúzia de ruas em terra, poucas casas e muitos eucaliptos, um café na rua principal onde a malta se juntava e foi aí que eu e o Sousa tivemos a ideia, fundar um grupo de amigos que pagassem pontos negativos do Totobola, juntando assim algum dinheiro para poder-mos fazer um passeio/almoço de confraternização. Acordou-se que por cada ponto se pagaria 1$00. Convidamos mais 10 amigos, o Jaime, o Alfredo, o Simões (já falecido), o Carlos, o Raul, o Abílio, o Cruz, o Pereira, o Abreu e o Arnaldo que foi o tesoureiro.     
       Tem a data 17/9, o primeiro boletim registado, ao fim de 50 boletins tínhamos 4.540$00 que deu para no dia 11/8/79 partir-mos em passeio rumo a Amarante. Foi um convívio maravilhoso, muitos outros se fizeram durante anos, desde Rally’s Paper’s, passeios com a família, festas de passagem d’ano, festas de natal, noites de fado, até uma caixa para cotização e levantamentos de dinheiro. E era tão grande a solidariedade entre todos, que estou a recordar aquele dia em que todos juntos, pagamos o aluguer da casa a um dos nossos amigos.
        O Grupo mudou de nome algumas vezes, claro que nem tudo eram “rosas” havia por vezes discordância, pontos de vista diferentes, um por outro saia, outro entrava com novas ideias, mas o grupo inicial continuava, chegamos a ser “Os Cartolas” com o Edgar, o Chico Rosas etc. E em 13/12/85 fomos “A Cambada” com o Gil, o Durão, o Toni, o Gonçalves etc., etc. Até que terminou tudo em Dezembro de 1993. Alguns mudaram de residência, outros não concordaram comos estatutos da época, muitos desistiram simplesmente. Mas tenho a certeza que a maioria sente saudades do grupo, das grandes tardes bem passadas em agradáveis e salutares convívios, da camaradagem bonita que existiu, do orgulho que sentíamos quando ouvíamos os outros dizer: Que grupo unido, que grupo maravilhosos...
        Acabou! Tudo tem um fim, ou já não há Carolas como dantes? Não acredito! Eles andam por aí... E se por acaso se lembrarem, bebam um copo com um “Viva à amizade”, neste dia 11/9 de aniversário dos Ex-Carolas.»
 
            Faz hoje, 11 de Setembro de 1998, 20 anos
 

 
 
    Claro que ninguém poderá afirmar em sua opinião, como seria hoje o grupo que começou à 20 anos na mesa do café Pub Club, se entretanto não tivesse terminado depois de ter passado por sucessivas mudanças, tantas, que lhe trouxeram o fim definitivamente. Ou talvez não! Pois ainda hoje existem reminiscências desse “núcleo” de boa gente, vejam-se os “Pioneiros” que ainda resistem (embora a sua motivação principal, seja o dinheiro e um ou outro passeio de quando em vez. Motivações aliás, que quase sempre fundamentaram o grupo, tanto que alguns ao tentar modificar estes parâmetros, apressaram-lhe o fim), mas é sempre de louvar a existência deste género de grupos, neste mundo que teima em se tornar global, onde os verdadeiros valores são distorcidos, onde todos nós assistimos à destruição das verdadeiras amizades e aos últimos laivos de solidariedade que sempre nortearam a nossa geração. Quem hoje angariava entre os amigos, a importância necessária para pagar o aluguer de casa a um deles, num momento de dificuldade?
       As mudanças que se vieram a fazer, ao longo dos dezasseis anos que o grupo durou, foram sempre com a intenção de melhorar. Alguns, talvez não fossem compreendidos nos seus propósitos, mas não creio que houvesse um que fosse, que não quisesse o melhor para o grupo. Mesmo aqueles que por teimosia ou definições menos democráticas, quiseram ás vezes impor as suas ideias. Desde os que passaram despercebidos e com ideias parcas, até àqueles que por manifesta irresponsabilidade lesaram seriamente a maioria dos membros do grupo. Passando, pelos que deram o melhor que tinham, como a amizade sincera, ideias produtivas, trabalho e muitas horas em prol bem colectivo.                 
      Todos sem excepção, guardam com alguma saudade, os bons momentos que passaram no seio do grupo, desde o começo com “Os Carolas” em 11 de Setembro de 1978, até ao “CRAC” em 24 de Junho de 1994, passando pelos “Cartolas” e a saudosa “Cambada” de boa memória, que fazia furor em qualquer parte por onde passava, desde o Kilumba (com a mesa da má língua), o Fafe (com a sua mesa no canto do fado), o Monge (com as suas celebres sextas à noite), o Coelho (com o seu cabrito e não só) ou o Moreira (com os seu memoráveis banhos no lago).
       Quem de todos nós, não tem um bom momento desses para contar aos netos, para exemplo de como se podem passar boas horas de alegria e de sã camaradagem, no seio de um grupo de homens amigos, que nunca deixaram más lembranças ou fizeram desacatos pelos lugares por onde passaram, antes pelo contrário! Semearam amizades e colheram alegrias. Apesar de tudo e como diz a cantiga, valeu a pena. Porque “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”, como disse um dia o nosso Fernando Pessoa.
        Para que conste e a memória não nos atraiçoe, vai aqui cronologicamente descrito com o maior rigor possível, (recorrendo-me de arquivos guardados ao longo dos anos e que vou de vez arrumar no baú das recordações), as passagens ou os momentos mais relevantes, desses anos áureos dos sucessivos grupos por onde passaram quase uma centena de amigos. Mas… Foi assim que tudo começou no dia…
 
 
11-Set.1978
Numa mesa do café Pub-Club e duma conversa entre o Manuel e o Sousa nasce a ideia de fazer uma sociedade do Totobola. Cada ponto perdido valia 1$00, e tinha por finalidade ao fim de um ano, fazer um almoço entre todos. O Sousa dá-lhe o nome “Os Carolas”. É elaborada uma lista de 12 amigos que vêem a ser os fundadores:
      
       Manuel Carvalho (que recebe as cotas)  
       António Sousa
       Arnaldo França (que guarda o dinheiro)
       Adelino da Cruz
       António Simões
       Alfredo Carvalho
       Raul Silva
       António Pereira
       José Carlos
       Jaime Pereira
       Abílio do Carmo 
       António Abreu (que desiste à 2ª semana)         
 
05-Ago.1979
Regista-se o 50º boletim do Totoloto e temos em caixa 4.540$00. (uma fortuna na época!) O Raul tinha sido o que menos pagou no ano: 317$00, o Sousa foi o que mais pagou: 377$00.Foi então criado um troféu para o “Cristo” que veio a ser entregue no fim do almoço, entre aplausos e uma lagrimazita do Sousa. O Carlos conhecia o “Coelho” em Amarante, marcou-se o almoço e a data.
 
11-Ago.1979
Partimos pela manhã rumo a Amarante, dos 11 elementos só 9 vão comer o Cabrito assado, por motivos profissionais o Abílio e o Cruz não nos acompanham. Tudo corre bem, desde os “martinis” pela manhã, ao “Bate” na mesa de pedra debaixo da ramada do Coelho, passando pelo Jogo da Malha, enquanto o Pereira dormia no seu Fiat 600 e o Arnaldo amarrava a empregada à perna da mesa.
Restavam 240$00 e no regresso, paramos no Cortiço em Baltar para o lanche. O Pereira e o Arnaldo descolam-se da malta no Fiat 600 direitos à Bela, quando chegamos já eles bebiam cerveja na esplanada do Pub-Club.
 
26-Ago.1979
Novo ano começa para “Os Carolas”, 4 elementos saem, o Arnaldo o Pereira o Cruz e o Raul, por não concordarem com as novas directrizes do grupo. Entram nesta data o Chico Rosas o Miguel Martins e o Manuel Teixeira (novo proprietário do Pub-Club). O grupo é agora de 10 elementos e o ponto no Totobola subiu para 2$50.
 
28-Jun.1980
No pátio Tony a malta junta-se para festejar com a família o S. Pedro, convida-se mais amigos para uma sardinhada e são distribuídas tarefas, assim:
        Manuel Carvalho – Sardinhas
        António Simões – Garrafão de Vinho
        José Carlos – Refrigerantes
        António Sousa – Azeite e vinagre
        Alfredo Carvalho – Pimentos
        Manuel Teixeira – Cervejas
        Abílio do Carmo – Guardanapos
        Jaime Pereira – Discos e Cassetes
        Chico Rosas – Carvão
        António José (Tony) – Pátio, chapa e tijolos
        António Pereira – Aparelhagem de som, tigelas
        Arnaldo França – Azeitonas (oferta)
        Edgar D’Almeida – Cebolas
        Mário Tobias – Broa
        José Vaz – Caldo-verde
        Carlos Bernardo – Garrafão de Vinho
 
Gastamos 1.760$00 que foram divididos por todos.
 
18-Jul.1980
Eram 11 horas da noite nessa sexta-feira de calor no pátio do Tony. “Os Carolas” reuniram para escolher o local e a data do passeio e almoço desse ano. Ficou aprovado que íamos ao Gerez almoçar ao Abadia e na volta, o remate era em Matosinhos. Além dos 10 amigos do grupo, mais 4 nos acompanhavam como “atrelados”. O Edgar, o Pereira, o Tony e o Arnaldo. Programam-se os meios de transporte, assim, o Carlos levava 5, o Alfredo 3, o Jaime mais 3 e o Manuel (do café) os restantes, só que este não  aparece no dia e hora marcados e a malta é distribuída pelos carros do Alfredo e do Jaime. O saldo geral é de 14.236$00.
 
31-Jul.1980
O Jornal de Noticias publica a notícia do nosso passeio, depois de termos oferecido 200$00 para a obra “Todo o homem é meu irmão”. O Simões escreve uma letra para o hino dos “Carolas”, tiram-se fotocópias para levar ao passeio.
 
09-Ago.1980
Partimos pela manhã para Braga em direcção ao Gerez, mas antes, tiramos fotos da partida à porta do Pub-Club. Fica registado para a posterioridade o Carlos, Manuel, Tony, Simões, Alfredo, Jaime, Abílio, Edgar, Pereira, Chico (magoado de uma perna), Miguel, Arnaldo e o Sousa (magoado num dedo da mão). No pequeno-almoço em Braga, o trio Abílio, Tony e Sousa preferem panados. No restaurante Abadia o bacalhau é magnífico e tem como sobremesa especial, um grupo de espanhóis que se juntam a nós nas cantorias. O Sousa recebe pela 2ª vez o prémio do “Cristo”. Tiram-se fotos e compram-se recordações no S. Bento. Perde-se muito tempo e começam certos desentendimentos, mas ainda se vai ao Parque do Gerez ao chã Hipericão. O tempo começa a ser apertado e pára-se em Braga para jantar no restaurante City-Rio, o Simões não janta e só em Famalicão se volta a parar para tal, a hora é tardia e chega-se à Bela com uma desilusão no ar. Cheira a fim…
 
16-Ago.1980
É um sábado, de tarde marca-se uma reunião em Freamunde no restaurante “Magalhães”. Houve votação para a expulsão do Simões que talvez não estivesse inserido no espírito do grupo, seguiram-se muitas cisões, saem o Manuel do café e o Simões. Por solidariedade com o familiar, os cunhados Carlos e Miguel pedem o afastamento. Avizinha-se o fim do grupo, “Os Carolas” desmoronaram-se.      
 

LEMBRANDO AMIZADES





2ª PARTE







18-Ago.1980
Faz-se nova tentativa, o grupo não pode acabar assim, os que ficaram, convocam uma reunião para a “Regional” na Travagem ás 10 da noite. É apresentada uma proposta, fica deliberada a extinção dos “Carolas” e o nascimento de um novo grupo com outros objectivos: Passeio para toda a família; Natal para as crianças; Festa de Passagem d’ano, etc. O Sousa é mais uma vez o padrinho do nome e nascem “Os Cartolas”. 12 Amigos vão fazer parte deste projecto:
             
             Manuel Carvalho
             António Sousa
             Abílio do Carmo
             Alfredo Carvalho
             Jaime Pereira
             Chico Rosas
E voltam
             Arnaldo França
             Adelino da Cruz
             António Pereira
             Raul Silva
E ainda
             Edgar D’Almeida
             António José (Tony)
 
24-Ago.1980
É registado o primeiro boletim dos “Cartolas”. Agora o ponto no totobola sobe para 5$00 com uma cota suplementar de 50$00 mensais. O Chico continua a ser o tesoureiro, o Manuel é o secretário e o Cruz recebe as cotas mensais. Começam a haver reuniões quinzenais no restaurante Sheik, na Regional e no Pub-Club.
 
31-Ago.1980
Sai o 1º Jornal mensal dos Cartolas, com apenas um número que é passado de mão-em-mão. Colaboram o Chico, o Cruz e o Manuel Carvalho. Fazem-se cartões de sócio, elabora-se um ficheiro e é criado o símbolo do grupo. O Quim Lima faz a zincogravura e imprime os cartões e convites, etc.
 
05-Set.1980
Fica aprovado em acta na reunião feita na Regional, fazerem-se passeios com as crianças aos primeiros sábados do mês. O Abílio fica encarregado de levar os miúdos ao cinema. A cota mensal sobe para 70$00 e as reuniões ficam marcadas para as primeiras sextas-feiras de cada mês
 
17-Nov.1980
Organiza-se uma festa Magusto, na casa ainda por acabar do Quim Lopes. Este vai ser o local para outras iniciativas.
 
21-Dez.1980
É um grande dia para os Cartolinhas, chegou a sua festa de Natal. Há brinquedos oferta da Fábrica Cindita. São exibidos filmes de animação alugados na Pathe Baby em Sta. Catarina, a máquina de projectar é emprestada pelo Jorge (da Grundig), e o momento de Ilusionismo ficou a cargo do Sousa e do Cruz. O Jaime vestiu-se de Pai Natal para entregar os brinquedos e não faltou a árvore de natal e o presépio. A sala  dum prédio em construção cedido para o efeito, foi ornamentada com balões e festões prateados e as paredes forradas a papel cenário, nem parecia que estava em construção. Todos trabalharam com afinco, bem… Todos menos o Raul, que com a sua carteirinha debaixo do braço apenas dava ordens. A despesa total ficou por 7.810$00, entre enfeites, filmes, confeitaria, bolas de encher, séries de lâmpadas, drogaria, pregos e cola, 2 bonecos de chiar para os mais pequeninos, papel metalizado e de cenário e 2 livros para os mais velhos.
A relação das crianças convidadas para a festa e dos brinquedos a distribuir, ficou assim ordenada por idades:
 
António Gualter – 13 * Jogo de Damas + Livro
Helena Carvalho – 12 * Guarda-fatos envernizado
Paulo Rosas – 11 * Jogo de Damas + Livro
Manuela Sousa – 11 * Mobília de quarto grande
Modesta Carvalho – 10 * Balcão de cozinha
Cláudia Pereira – 9 * Móvel de cozinha
Paula Rosas – 9 * Móvel de cozinha
Carla do Carmo – 8 * Mobília de sala de visitas
Jorge Sousa – 8 * Garagem com elevador
Rui Rosas – 7 * Quadro escolar nº4
Filipe Cruz – 7 * Lousa com ábaco
Mónica Silva (#) – 6 * Roupeiro
Cristina Abreu (#) – 6 * Cama para boneca
Miguel França – 5 * Garagem Auto-Parking
Fernando Rosas – 5 * Garagem Auto-Parking
Marta Pereira – 4 * Cómoda com três gavetões
Paulo Norberto (#) – 4 * Quadro escolar nº2
Isabel Pereira – 3 * Mobília de quarto
Sara do Carmo – 2 * Beliche envernizado
Diana Carvalho – 2 * Beliche envernizado
Rui Cruz – 2 * Relógio com ábaco
Leonel D’Almeida – 1 * Cão de chiar
Joana França – 1 * Gato de chiar
  
Os nomes assinalados com (#) não faziam parte do grupo mas foram crianças convidadas, filha do Espírito Santo, do Tózé e o sobrinho do Tony.
 
31-Dez.1980
Realiza-se uma memorável Passagem de Ano, o local foi o mesmo da festa de Natal e estava decorado a preceito. Da ementa faziam parte Frango assado, Presunto, Salpicão, Rissóis diversos, etc. O Caldo-verde foi feito pela Lídia Abreu e a despesa no total foi de 7.629$00 o que calhou a cada aproximadamente: 450$00. A música esteve a cargo do Quim Lima. Toda a gente foi de fato e gravata, algumas delas de vestido cumprido, mas todos tinham cartola.
Foi uma festa de arromba (quase igual á do passado ano [1979/80], em que o Manuel, o Jaime, o Alfredo e o Pereira organizamos na garagem do Sargento Vasques, com a presença da Fernanda e a Maria dos Anjos, amigas do Jaime e da Fernanda que viviam em Gaia).
Em 1981, apareceram pela primeira vez como convidados, alguns amigos que vão fazer parte no futuro do grupo:
           Manuel e Carolina Gonçalves
           Manuel e Teresa Ascensão
Outros convidados fizeram parte desta noite como:
          José e Rosa Futuro
          José e Lídia Abreu
          Manuel e Helena (tios do Jaime)
          Fernando e Fernanda (cunhados do Alfredo)
          Quim Lopes e a Mãe
Os restantes elementos do grupo eram:
          Manuel e Olga Carvalho
          Francisco e Fernanda Rosas
          Edgar e Nídia D’Almeida
          Raul e Maria João Silva
          Alfredo e Margarida Carvalho
          Jaime e Fernanda Pereira
          António e Ermelinda Sousa
          Arnaldo e Amélia França
          António e Irene Pereira
          Adelino e Conceição Cruz
          António e Fátima Silva
 
         Tiraram-se fotos e abriu-se champanhe para festejar o novo ano, estávamos em 1981.
 
 
 
29-Mar.1981
Elaboram-se uns estatutos para consolidar a ideias gerais do grupo, que são aprovados pela maioria, pois dos doze elementos, só o Abílio e o Edgar nunca assinaram os seus termos.
 
22- Jul.1981
Realiza-se uma reunião para se escolher a data e os Itinerários, para os passeios que se iriam organizar nesse ano. Ficou deliberado que o Grupo ia almoçar ao “Coelho” em Amarante, com passagem pela Torre de Nevões durante a tarde, o lanche ficou marcado para a Regional.
No dia seguinte com toda a família, íamos a Coimbra, com almoço na Mala-posta e visita ao Portugal dos Pequeninos.
Foi apresentado neste dia o hino oficial dos Cartolas.
 
23-Jul.1981
O Jornal de Noticias trouxe neste dia, uma notícia onde dava conhecimento do passeio anual do grupo, conforme carta enviada dias antes.
 
25-Jul.1981
Partiu-se pela manhã com destino ao “Coelho” em Amarante, dos 12 só o Abílio, sem justificar, não apareceu. Como demonstram as fotos da época, foi um convívio e um almoço magnífico, com um cabrito magistralmente confeccionado e claro, bem regado com o tinto da região que inflamou os discursos. Ficou registada em K7 a celebre frase do Edgar:
— Não vejo na cara dos presentes, quem queira desistir destes convívios!
Passou-se ainda uma tarde agradável na Torre de Nevões, com mergulhos na piscina e muita alegria. Apenas dois casos assombraram este dia memorável, o Tony que sofria com dores no estômago (aliás, causa principal do seu desaparecimento prematuro dezassete anos mais tarde, a 4 de Agosto de 1998), e o Jaime que esteve para não ir connosco, a Fernanda encontrava-se hospitalizada por ter tido um grave acidente de viação e a disposição não era muita. O Jaime sossegou após um telefonema feito num café do Marco. Terminou-se na Regional como estava programado, gastamos no total: 10.240$50.
 
26-Jul.1981
Uma caravana de 6 automóveis parte da Bela bem cedo, ostentando nas portas o dístico: “Convívio/81 Os Cartolas Ermesinde”. O Fiat 124 da Maria João, o Austin do Sousa, o Fiat 850 do Pereira, o Ford Capri do Chico e os dois R5 do Alfredo e do Manuel. O Tony por motivos de saúde, o Jaime pela enfermidade da Fernanda e o Abílio injustificadamente, infelizmente não fazem parte deste passeio familiar.
Eram 32 pessoas no total cantando com os filhos de cada casal. Almoçou-se na Mala-Posta no Restaurante “O Pompeu” (por sugestão de Carlos). De tarde o grupo levou as crianças ao Portugal dos Pequeninos e à vinda lanchou-se no Restaurante Primavera, depois de ter passado pela Cúria com o Arnaldo a perder-se da malta.
O Sousa quis ficar no “Rampinha” para jantar com a família, era de opinião que a hora ia adiantada e não dava tempo de se chegar à Travagem. Os restantes vieram fazer o término na “Regional”. Tiraram-se muitas fotos e gastaram-se 14.370$00. 

LEMBRANDO AMIZADES

 




3ª PARTE







14-Ago1981
Realiza-se pelas 22h uma reunião na Regional para apresentação de contas. Foi ainda feita uma votação para a devolução (sim ou não), de verbas ao Abílio. Desta votação, nasceu uma celeuma que concluiu com a extinção do grupo. Foram devolvidas ao Tony as verbas referentes ao passeio de sábado por este não ter comido nem bebido e a de domingo por não ter estado presente por motivos justificados. Ainda foi entregue ao Jaime a verba referente a domingo pelo mesmo motivo. Depois da votação a favor do sim em relação ao Abílio, o Pereira abandonou a mesa, o Sousa apresentou a sua demissão que foi aceite e o Cruz como porta-voz do Raul, apresentou o seu descontentamento. O resultado foi o seguinte:
      Contra (1) Arnaldo
        Favor (4) Edgar; Alfredo; Jaime; Tony
Abstenção (3) Manuel; Chico; Cruz
Depois do reembolso de: 2.620$50 ao Tony
                                         2.620$50 ao Abílio
                                         1.596$50 ao Jaime
Restou um saldo de 550$00 que foi dividido pelos 11
Os Cartolas foram extintos nesta data, não havia a capacidade entre os seus elementos, a tolerância necessária à harmonia dum grupo.
 
 
21-Set.1981
Alguns amigos juntam-se para lançarem as bases para um projecto cultural, o João (da Galp) Silva foi convidado para apresentar o esboço dos estatutos do ACRE – Associação Cultural e Recreativa de Ermesinde. Mas… O ACRE ia ser mais um projecto adiado, porque entretanto…
 
 
11-Out.1981
Alguns amigos aceitam o convite do Quim Leite para tomar em mãos o destino da bastante debilitada U.D.B. – União Desportiva da Bela, clube com 10 de existência, mas que depois de sucessivas Assembleias de sócios, não encontra o caminho da continuidade. Fica eminente a entrega do Clube à Junta de Freguesia. É então apresentada uma lista que foi aceite por unanimidade, e dela constavam os seguintes nomes:
 
Assembleia-geral:
            Presidente: Fernando Horácio M. Durão
             Secretário: Jaime Pereira
                  Relator: Edgar Teles D’Almeida
 
Conselho Fiscal:
            Presidente: João dos Santos Silva
             Secretário: Raul Sousa e Silva
                  Relator: António José Dias Abreu
Direcção:
            Presidente: Francisco Dias A. Rosas
                    Vice “: Franklim A. Teixeira
        1º Secretário: Alfredo Monteiro Carvalho
        2º Secretário: Manuel J.S. M. Carvalho
            Tesoureiro: Carlos L. Bernardo
                1º Vogal: António J. F. da Silva
                2º Vogal: Adelino Ferreira da Cruz
 
Colaboradores:
                               Espírito Santo 
                               Lourenço Silva
                               Arnaldo França
                               Álvaro Carvalho
                               Augusto Alfena
                               Serafim Marques
                               Mário C. Guedes
                               Aldo Costa
 E ainda:              
                Américo Oliveira
                Mário Aguiar
                Manuel Bessa
                José Bessa
                Pinto da Cunha
                Rui Nascimento
                Américo Faria
                Manuel Gonçalves
                António Pereira
                Gil Bragada
 
O entusiasmo era grande, e este grupo de amigos tinha uma grande tarefa pela frente Só o Sousa não quis fazer parte, apesar de sido um dos fundadores à 10 anos atrás.
 

20-Out.1982
Depois de um ano de muito sacrifício e muita incompreensão, (o sentimento exagerado de posse sobre o clube, que os naturais da terra sempre demonstraram, nunca os deixou ver com clareza, que as nossas ideias eram válidas e progressistas), desistimos e pedimos a demissão em bloco, mas…
Ficou trabalho feito, como se pode ler no historial do clube, numa página do Jornal do 11º Aniversário da então U. D. Cultural e Recreativa da BELA:
                                                                 
     “Em 25 de Julho de 1971, um grupo de amigos fundou a União Desportiva da Bela. Da 1ª direcção faziam parte: Quim Lopes; Mesquita; Gouveia; Adrião e Sousa. Mais tarde o Sá, quando abriu o café Pub Club.
       De garagem em barracão, de direcção em comissão, desorganizado umas vezes incompreendido outras, o Clube foi andando no tempo, esquecido onze meses no ano e lembrado apenas quando haviam torneios de futebol de salão, por rapazes de boa vontade (no momento), mas que foram angariando palmarés que nem qualquer clube com 11 anos possui. Cinco vezes campeão de futebol de salão, entre outras classificações de enaltecer.
    Assim foi chegando o dia, em que no fim de mais um mandato (Outubro de 1981), após tentativas sucessivas nas assembleias de sócios, o pouco que restava de mais uma direcção, vê-se na contingência de pôr a hipótese da extinção do Clube, o facto é que não havia ninguém, dos pouco mais de 50 sócios (na altura), que quisessem arcar com a responsabilidade de o gerir.
    Foi então que a convite de um sócio da colectividade, surgiu uma lista de homens dispostos a levar a bom porto a difícil tarefa. Começaram por pegar de frente nos problemas, roubaram horas ao seu descanso e redigiram uns estatutos (que o clube nunca tivera), que fossem de encontro aos seus reais anseios. Acrescentaram à sigla U.D. da Bela as palavras Cultura e Recreio, que veio dar um novo cariz ao clube e ficou assim: União Desportiva Cultural e Recreativa da Bela e foram aprovados em assembleia-geral em 11 de Outubro de 1981. A etapa seguinte foi a aprovação do Regulamento Interno e a apresentação do novo emblema, que ficou a representar com mais pormenor e dignidade as cores da Bela, estes, verde e amarela, também foram aprovados oficialmente em 6 de Dezembro de 1981. (embora já fossem as cores do clube, inspiradas na selecção brasileira, no campeonato do mundo em 1971, ano da fundação do clube)
       Mudou-se o mobiliário da sede. Cobriu-se o terreno da entrada provisoriamente e instalou-se um esquentador para banhos. Fizeram-se novos cartões e ainda outros impressos. Organizou-se também, totalmente o ficheiro, acompanhado de uma contabilidade decente e transparente. Dinamizou-se o desporto, como o Atletismo, Futebol (sénior e juvenil), Xadrez e outros jogos que mereceram destaque. Promoveu-se uma difícil angariação de novos sócios e chegou-se a atingir os 200, entre os quais, 80 eram atletas nas diferentes modalidades, onde perto de 50 eram crianças.
        Inaugura-se a 1ª Bandeira do clube e o 1º emblema electrificado na sede. Organiza-se a primeira prova de Atletismo da Bela, inserida nas comemorações do 11º aniversário do clube, estava-se em 25 de Julho de 1982. Ao clube, além do que já tinha, foram acrescentados mais de 100 contos de património. Foram aprovados os novos equipamentos que vêm dar a representatividade que o clube merece. Nesse ano o movimento do clube é de mais de 400 contos como ficou aprovado pela apresentação do relatório de contas. Enfim, deu-se um grande passo na vida da UDCRB e espera-se que mais homens de boa vontade aparecem, para que nunca se apague a chama que alguns amigos acenderam no dia 25 de Julho de 1971 e que entre 1980 e 1981, outros souberam continuar e projectar para um futuro melhor. Viva a U. D. C. R. da Bela!”.
 
 
 
22 Mai-1983
O grupo é novamente convidado, desta vez pelo novo Presidente do Clube, Manuel Teixeira, para fazer parte de uma comissão de obras, que vai proceder à construção da nova sede e do ringue da Bela, em terrenos oferecidos pela Junta de Freguesia de Ermesinde, depois do empenho notável do sócio Espírito Santo. Alguns de nós têm um papel de relevo como: O Manuel Ascensão (que vem a ser mais tarde presidente deste clube); José Carlos (que vai também fazer parte da direcção); Jaime Pereira: e Manuel Carvalho que ajudou no projecto e construiu uma maqueta à escala do empreendimento (infelizmente desaparecida em parte incerta).
 
 
29 Out-1983
O Chico, o Gil, o Arnaldo e o Manuel, organizam o 1º Raly Paper da Malta. Foi um sucesso como era de esperar. O Jantar e a entrega dos prémios foram no Restaurante “Bango”, com a presença de 37 pessoas, desde o saudoso Zenha ao António Mota (que veio a ganhar o primeiro prémio fazendo equipa com o Leonel), A despesa foi de 15.540$00 e calhou só (belos tempos…), 420$00 por pessoa.
 
 
30-Jun.1984
Volta o Rali à rua, o 2º da Malta, desta vez saiu vencedora uma equipa feminina, constituída pelas mulheres de alguns concorrentes: Carolina; Olga; Fernanda; Maria João e a Graça que tinha o nome: “Equipadelas”. A festa volta a ser no Bango e a despesa desta vez, é de 27.000$00 a dividir por 54 presentes, o que deu a cada 500$00.
 
 
13-Abr.1985
A maior parte dos amigos juntam-se no café Record, mais propriamente 14: Manuel, Sousa, Carlos, Jaime, Gonçalves, Arnaldo, Abreu, Tony, Pereira, Toninho, Edgar, Alfredo, Ascensão e o Gil. Organizam-se e vão juntando dinheiro com o Totoloto, desta vez o objectivo é apenas um almoço. O ponto é a 10$00 e todas as sextas nos reunimos no café para pagar as cotas, a seguir na sede da Académica da Travagem, o jogo de dominó passa a ser o astro da época.

LEMBRANDO AMIZADES


 



4ª PARTE





30 Abri. 1985
É o 3º Rali da Malta e o 1º patrocinado pela Académica da Travagem. Só o Manuel e o Gil organizam com a ajuda do Edgar e o Alfredo. Neste ano um amigo recente sai vencedor, o Arménio que faz equipa com o Zé Ferreira irmão do Arnaldo. O copo de água é na Sede.
 
13 Dez.1985
É fundada uma caixa de 30 amigos a que se dá o nome de “A Cambada” (depois de uma votação para a escolha do nome) que ficou assim registada:
1º - 28  Vot.  : A Cambada – Manuel
2º - 12      “ : O Clã – Tony
3º - 08      “ : Os Amigos dos copos – Jaime
4º - 07      “ : Os Girininhas – Edgar
5º - 05      “ : Os Unidos – Alfredo
5º - 05      “ : Os Tira a Rolha – Lourenço
6º - 03      “ : Os Ritmos – Ascensão
6º - 03      “ : Os Chatos – Pereira
7º - 02      “ : Valentes só de Língua– Gonçalves
7º - 02      “ : A Chungaria – Tony (Candeeiros)
8º - 01      “ : Os Camarisqueiros - Gil 
8º - 01      “ : Os Chanquinhas – Carlos    
8º - 01      “ : Os Viventes – Chico
8º - 01      “ : Os Xinxas – Arnaldo
8º - 01      “ : Os Xiôlos – Sousa     
9º - 00      “ : Os Quikoquinhas – Fernando Durão 
 
Foram elaborados uns estatutos, onde foi acordado que a cota semanal seria de 100$00, com uma jóia de 1.000$00. Havia um levantamento obrigatório de 10.000$00 e a multa da falta de cota era de 10$00. Havia ainda um sorteio semanal, onde para isso se pagavam 50$00, por três números previamente sorteados de 00 a 99. Os levantamentos era pagos em 20 semanas e os juros de 10% eram descontados à cabeça. Havia também uma multa pela falta de pagamento que eram 1% do levantamento feito.
A Caixa era realizada, todas as sextas-feiras na garagem do Jaime, entre as 22 e as 23 horas.
Os 30 Sócios fundadores da Cambada eram:
01 — Alfredo Carvalho
02 — Manuel Gonçalves
03 — Branca Rosa (mãe do Fernando)
04 — Francisco Rosas
05 — António Pereira 
06 — Nídia D’Almeida (esposa do Edgar)
07 — Maria Teresa (esposa do Ascensão)
08 — Fernando Durão
09 — Fernanda Pereira (esposa do Jaime)
10 — António Sousa
11 — Amélia França (esposa do Arnaldo)
12 — António Ferreira (Tony)
13 — Olga Carvalho (esposa do Manuel)
14 — Lourenço Carvalho
15 — Sílvio Gonçalves
16 — José Carlos
17 — Maria do Céu (esposa do Gil)
18 — Manuel Ascensão
19 — Jaime Pereira
20 — Maria Celeste (esposa do Fernando)
21 — Ermelinda Sousa (esposa do Sousa)
22 — Gil Bragada
23 — Maria da Conceição (esposa do Carlos)
24 — Fátima Ferreira (esposa do Tony)
25 — Edgar D’Almeida
26 — Margarida Carvalho (esposa do Alfredo)
27 — Arnaldo França
28 — António dos Santos (Tony dos candeeiros)
29 — Manuel Carvalho
30 — Carolina Gonçalves (esposa do Gonçalves)
 
O Manuel Gonçalves ofertou um cinzeiro em metal gravado para perpetuar o grupo da “A Cambada”
 
31-Mai.1986
Nova edição do Rali sai à rua, desta vez é o 4º da Malta e o 2º patrocinado pela Académica da Travagem. A organização este ano pertence ao Manuel, Jaime, Edgar e Alfredo. Mais uma vez o Mota sai vencedor e concorrem neste ano grandes equipas vindas do Alto da Maia. As classificações pela primeira vez, são dadas através de computador Spectron directamente na TV, trabalho informático de um amigo, genro do Sr. Moreira (meu patrão). A festa torna a ser na sede e foi um êxito estrondoso.
 
08-Ago.1986
A malta aficionada do fado, está presente no 1º aniversário do Kilumba e nasce a celebre mesa da má-língua.
 
 
28-Set.1986
Entretanto, o Grupo do Café Record, tem 12.682$00 para gastar e vai neste dia ao “Moreira “ a Penafiel. O almoço é sensacional, seguido de uma tarde de fado. Presentes além dos 14 que fazem parte deste grupo, o Lourenço, Artur e o Chico Lisboa e ainda os guitarristas Anselmo e o Zé de S. Pedro da Cova. O Raul, como convidado também vai o Tó-Zé mas... falta e manda uma carta de desculpas. É neste ano que a orgia do lago começa e alguns vão à água. O Sousa perde a hegemonia dos prémios, o Edgar ganha neste ano o “Totolorpa” por ter pago mais. Tiram-se fotos mas é pena este evento não ter sido filmado...
 
 
06 Dez.1986
Termina o 1º ano da caixa da Cambada. Logo nesse ano atinge um movimento de 1.087.276$00, com levantamentos na ordem dos 667.250$00, dando de lucro a cada sócio a importância de 12.532$00.
 
 
14-Dez.1986
Começa o 2º ano da caixa com algumas alterações, a jóia sobe para 2.000$00 e saem de sócios. Alfredo e a Margarida por mudança de residência. O Durão a Celeste e a D. Branca, juntamente com o Lourenço o Tony e a Fátima, a Maria do Céu e mais uma vez, o inconstante Pereira abandona a caixa. Os dez lugares são substituídos por novos amigos, são o caso do Arménio e Fernanda, a Conceição Santos (esposa do Tony dos candeeiros), Leonel (filho do Edgar), a Marta e o Ricardo (filhos do Ascensão), a Maria Rosa e a Laurinda (filhos do Carlos) e ainda a Manuela (filha do Sousa), assim como o Franklim que entra pela primeira vez no grupo.
 
 
02-Mai.1987
É organizado o 5º Rali da Malta, apenas feito com a prata da casa. O Manuel e o Gil, depois de desentendimento com o Jaime, resolvem tomar a elaboração deste Rali a peito e fazem o melhor de sempre. Desde os prémios angariados e expostos na montra da “Bogatti” (ainda de vago na altura), até ao jantar no restaurante “Regional” com 83 pessoas presentes, desde os concorrentes, familiares e patrocinadores. O vencedor é mais uma vez o Mota e o Leonel (pela 3ª vez) com grande mérito. Houve prémios para todos e não faltou a famosa taça ”Ramadas e Ramadinhas”, oferecida pela firma fantasma: Carlos, Sousa e Ascensão. Outras firmas que colaboram foram: Toyota; Unicer; Moreira & Veríssimo; Bicafé; Construções Espaço; Móveis Trinitá; Zé Gaspar; Leonel Monteiro; Salpicarne; Bem Amado; Dallas; Babilónia; José Rocha; Casa Gigo; Café Odin; Morper; Café Record; Confecções Adam’s; Café Caravela; Kilumba; Sista; Bango; Altis; Confeitaria Senador e outras. Tudo isto, depois do falhanço do stand da Travagem, em querer patrocinar em exclusivo.
Eis a lista dos 17 concorrentes, a maior de sempre:
Carro nº 01 – Amílcar Azenha e Fernando Rocha
Carro nº 02 – Alcídio Pereira e António Moreira
Carro nº 03 – Manuel Barbosa e Alfredo Ramalho
Carro nº 04 – José Guilherme e José A. Freitas
Carro nº 05 – Manuel Figueiredo e Manuel Guedes
Carro nº 06 – Arménio Marques e Manuel Gonçalves
Carro nº 07 – Francisco Rosas e Paulo Rosas
Carro nº 08 – Leonel Monteiro e Tony Serrão
Carro nº 09 – Leonel Silva e António Mota
Carro nº 10 – Joaquim Lopes e Carlos Frias
Carro nº 11 – José Machado e José Almeida
Carro nº 12 – Manuel Ascensão e José Carlos
Carro nº 13 – Pedro Fernandes e Raul Pinto
Carro nº 14 – Américo Monteiro e Adão Ribeiro
Carro nº 15 – António Piteira e José Maia
Carro nº 16 – David Colhe e Alfredo Moreira
Carro n~17 – Jorge Moreira e Delfina Moreira
 
 
 
05-Jun.1987
O Gil e o Manuel fazem uma proposta à Cambada, para realização de um Rali Paper a terminar na Amarante, local provável do passeio para este ano. Não foi aceite porque entretanto resolve-se ir pela Agência Terra Nova, na posse do programa, escolhe-se um passeio à Torre de Nevões.
 
 
01-Ago.1987
No autocarro de turismo da Terra Nova, os lugares de 9 a 21 vão ocupados por: Manuel, Arménio, Sousa, Jaime, Ascensão, Gonçalves, Edgar, Carlos, Franklim. O Chico não pode estar presente. A Graça (guia da excursão) ficou a ser nossa amiga e os restantes excursionistas, dão ao grupo um voto de louvor e pedem para que fique escrito nos anais da agência, este convívio fantástico que promovemos entre todos os convivas. O Gonçalves pôs a malta a cantar acompanhado ao acordeão, bombo e ferrinhos, dum conjunto típico que actuava no restaurante para os turistas. Depois foi a tarde passada na discoteca em delírio. O final do dia não foi tão bom e em Matosinhos, depois de uma mariscada, alguns estão com pressa, gera-se um certo desentendimento, mas logo voltou ao normal. Toma-se café na praia, uns vão embora e outros terminam no Kilumba.
 
 
08-Ago.1987
É o 2º aniversário do Kilumba e mais uma vez estamos presentes. Mas tudo acaba passados dias.

LEMBRANDO AMIZADES





5ª PARTE

 




16-Ago.1987
É um domingo triste, embora já não pertencesse ao grupo, é com consternação que acolhemos a notícia da morte do Simões. Todo o grupo prestou condolências à família desejando que o nosso amigo descanse em paz.
 
17-Out.1987
Quase todos nós, aficionados do fado, começamos a frequentar o Fafe aos sábados à noite. O bacalhau frito e a feijoada em pratos de barro, não era de mais, mas o convívio de fado era excelente, com o Fafe a fazer contas (39 e 9 e 9) estava sempre certo... A simpatia era relevante e a malta gostava do convívio.
 
08-Dez.1987
Termina o 2º ano da caixa da “Cambada”. O movimento subiu para 2.284.180$00, com levantamentos na ordem dos 1.636.000$00. Na distribuição de lucros vai calhar a cada um: 16.436$00. O grupo vai bem e recomenda-se, tanto que os pedidos para novas entradas são enormes.
 
11-Dez.1987
Começa o 3º ano da caixa da “Cambada” e novas alterações de sócios acontecem, saem: Chico e Gil, Conceição (esposa do Toni candeeiros), juntamente com o casal Arménio. Entram: Lima e Morais, Celeste (cunhada do Gonçalves), Beta do café Bem Amado e a Marta (filha do Gonçalves).
 
17-Dez.1987
A Adega D. Fafe, faz uma homenagem aos seus clientes e entrega ao grupo uma medalha para comemorar a nossa assídua presença, estamos no Natal de 1987.
 
05-Mar.1988
Sai para a rua o 1º Rali da Cambada. Os 6 carros ficam assim distribuídos por sorteio, os pilotos e os penduras:    
                      Carro nº1 – Carlos e Arnaldo
                      Carro nº2 – Ascensão e Morais
                      Carro nº3 – Jaime e Lima
                      Carro nº4 – Toni e Edgar
                      Carro nº5 – Franklim e Gonçalves
                      Carro nº6 – Sousa e Miguel
 
O Manuel organiza com a ajuda do Alfredo.
O Carlos por indisposição súbita desiste e o Arnaldo vai ter que convidar o Pereira para piloto, e assim o carro nº1 está presente no Rali. O Toni vai ter que ir a um casamento de “repente” e o Edgar convida o Jorge para piloto e o carro nº4 também não desiste.
Num memorável jantar com fados, onde o Zé Nunes e o Hipólito Novais são os tocadores, vão estar presentes o Lima Querido, José Ferreira, Joaquim Lopes, Rosa Cruz e o Joaquim Duarte, assim como o fadista privativo do grupo o Manuel Gonçalves. É oferecido um prato ao restaurante “O Monge”, para perpetuar o acontecimento. A Carolina ganha um prémio extra por ter escrito em menos tempo, os títulos de 29 telenovelas. Ao fim são entregues os prémios do Rali e a classificação ficou assim:
 
1º Lugar – Franklim e Gonçalves com 160 pontos
2º Lugar – Jaime e Lima com 350 pontos
3º Lugar – Ascensão e Morais com 420 pontos
4º Lugar – Pereira e Arnaldo com 440 pontos
5º Lugar – Sousa e Miguel com 480 pontos
6º Lugar – Jorge e Edgar com 560 pontos
Dos 45 lugares à mesa, (onde o Carlos já melhor da indisposição que o afectou, não faltou), fazem parte os familiares dos concorrentes e ainda a Beta, as filhas do Futuro e do Jorge.
 
13-Mar.1988
A Cambada vai ao fado à Adega D. Fafe e oferece à casa um prato do grupo. A gerência retribui com uma placa de bronze em homenagem à presença cada vez mais assídua do grupo.
 
09-Jul.1988
Os amigos do Fado vão a um inesquecível almoço com fados ao “Moreira” a Penafiel. Vamos 27 amigos e convidados, assim:
Manuel – Gerardo – Carlos Alberto – José Carlos Alípio – Zeferino – Miguel – Sousa – Edgar – Morais Pereira – Gonçalves – Alcídio – Mário – Alfredo Jaime – Santos – Alberto Sousa – Manuel Sousa – Aristides – Lino – Joaquim Miranda (viola) David Silva (guitarra) – Joaquim Duarte (fadista) Paulo Borges (fadista) – Lourenço Carvalho (fadista) Chico Lisboa (fadista). Foi muito divertido, desde o Rancho Folclórico que o Paulo descortinou, até ao poema que um cliente da “Torralta”, nos ofereceu. Foi descerrado mais um prato para a colecção do “Moreira”, mas desta vez, só o Gonçalves pôs o pé no lago por acidente.
 
04-Set.1988
A Cambada organiza um passeio ás “Tetas da Onça” na Pateira de Fermentelos com amigos e familiares. Somos 50 e enchemos uma camioneta da Agência Terra Nova. A Graça (guia excursionista) vai connosco e os componentes são:
Carlos – Maria – Laurinda – Pedro – Maria Rosa
Manuel – Olga – Helena – Modesta
Sousa – Ermelinda – Jorge – Manuela – Fernando
Gonçalves – Carolina – Sílvio – Marta
Jaime – Fernanda – Cláudia – Marta
Edgar – Nídia – Leonel
Arnaldo – Amélia – Miguel – Joana
Miguel – Fernanda – Maria João – Joana
Lima – Ricardina – Bruno
Ascensão – Teresa – Marta – Ricardo
Pereira – Irene – Isabel – Ricardo
Beta – Ana Mesquita
Carlos Fafe – Carminda
Fernando Lima – Amélia Lima
E ainda o Zeferino e a esposa Dona Antónia, que foram ter connosco em transporte privado.
Houve Folclore durante o almoço e festa prosseguiu pela tarde dentro.
 
Ausentes: Morais – Franklim – Celeste – Tony
Gastou-se: 45 Adultos X 2.700$00 = 121.500$00
                   5 Crianças X 1.350$00 =     6.750$00
                                                  Total: 128.250$00

10-Set. 1988
Convívio com convite feito a todos os que passaram pelo grupo ao longo destes dez anos. Efectuado no restaurante Sheik, com um copo-de-água onde foram distribuídas medalhas comemorativas a todos os presentes.
 
 
29-Nov.1991
Encerra o 6º ano da caixa da Cambada. Teve um movimento crescente de 8.608.450$00 de entradas e 6.727.000$00. A divisão de lucros teve a importância de 36.150$00 a cada sócio.
 
06-Dez.1991
Recomeça novo ano da Cambada, o 7º. Este ano vai haver alterações importantes, é criada uma lista de 19 sócios suplentes. A ideia é cotizarem só com o objectivo de fazerem parte do passeio anual do grupo, além de poderem fazer o seu cofre com o mesmo objectivo. São eles: Natália, Ricardo e Joana (*) (esposa e filhos do Franklim), Helena, Teixeira, Madalena e Gualter e ainda Tânia (Filhas, Nora e genro e neta do Manuel), Zita e Pedro (Namorada e filha do Carlos), Mª João e Rita (filhas do Miguel), Ricardina e Bruno (esposa e filho do Lima), Isabel e Ricardo (filhos do Pereira), Hugo (filho do Duarte), Ana Mesquita e Júlio (pais da Beta). Quanto aos sócios, saem o Serrão e a Celeste e entram a Ondina (esposa do Duarte) e a Modesta (filha do Manuel).
(*) Estes 3 sócios suplentes, mais o sócio efectivo Franklim não vão estar presentes nos passeios.
 
14-Dez.1991
A Cambada organiza neste dia, para comemorar o 6º aniversário do grupo, um jantar com fados no Solar de Grijó. Só 5 casais vão estar presentes: Manuel / Olga; Sousa / Ermelinda; Carlos / Maria; Pereira / Irene; Duarte / Ondina. Vão ainda mais 7 casais como acompanhantes: Irmão do Sousa e esposa; Manuel Soares / Isilda; Ferreira / Teresa; Teixeira / Helena; Toni / Madalena; Zé Futuro / Rosa; Zeferino / Antónia. O Elenco é muito agradável de ouvir, pois faz parte o Carlos Reis, Margarida Lima, Rosina Andrade e o António Passos, além dos “nossos” fadistas Gonçalves e Duarte…
 
10-Fev.1992
Funeral do pai do Pereira, o grupo oferece uma coroa de condolências.
 
06-Set.1992
A Cambada organiza o seu passeio anual ao Solar do Casarão em Santa Marinha do Zêzere. Todos os sócios depois de pago o passeio, ainda recebem 2.000$00 cada um para esse dia. Depois de passar pela Régua, almoça-se no Casarão e passa-se uma bela tarde a dançar e na piscina. São distribuídos pelos sócios, chávenas e cinzeiros com o logótipo do grupo. Ao fim da tarde ainda passamos pelo famoso Quilowatt em Amarante para a merenda.
 
06-Out.1992
Vamos a um passeio “Terra-Mar”, com almoço no Coelho e Mariscada em Matosinhos. Gastamos:
                       Café Silveira: 640$00 
                         Quilowatt: 7.700$00
           Cabrito no Coelho: 64.000$00
                    Marisqueira: 62.000$00
                            Total: 134.340$00
Foram: Carlos, Sousa, Manuel, Morais, Edgar, Miguel, Pereira, Gonçalves, Duarte, Fernando, Mota, Carlos Alberto, Sílvio, Jorge Lima, Teixeira, Arnaldo, Toni (amigo do Mota). Os sublinhados tinham estado 15 dias antes no Coelho para marcar o almoço e acabaram nas festas de S. Gens na Lixa até ás tantas, com os donos do Café Silveira em momentos inesquecíveis. O Carlos Alberto fica nu em plena estrada de Amarante, troca de roupa depois de “uma” monumental bebedeira. Por sorte o amigo do Mota traz um fato de treino no carro. Vamos levá-lo a casa e o Pereira leva-lhe o carro à ida para  a mariscada em Matosinhos.
 
 
04-Dez.1992
Termina mais um ano da Cambada. As entradas são de 7.169.000$00, as saídas de 5.236.800$00. Quanto à distribuição dos lucros chega aos 32.150$00. A partir desta data vai haver um interregno na caixa que tem em vista grandes alterações.

ENQUANTO ME LEMBRO...