A
FELICIDADE
Vai homem!
Vai, caminha,
procura-a!
A felicidade
existe
nas pequenas coisas que não queres ver.
Nunca deixes
que os ventos do desanimo e da descrença,
te apaguem a chama da esperança que
existe em ti.
Vai, procura
a felicidade!
Juro-te que
ela existe
nos momentos bons que a vida ainda tem.
Abre os olhos
e vê!
Não deixes
que a tal chama se apague
nem que os olhos se fechem sem a veres
Vai!
Procura!
Juro-te que
ela existe
Eu já a vi!
por efémeros momentos...
O BAILE
Por qualquer ordem cósmica
naquele momento exacto
nosso olhar encontrou-se
eléctrico, absorto, estático
A Terra
continuou a sua rotação
mas nós paramos no espaço
alheios a ela
E foi a primeira vez que te vi
Depois
sorrimos suavemente
tu primeiro, eu depois
Levantei-me,
para te perguntar…
tinha a certeza da tua resposta
muito antes de a articular a pergunta
— Queres
dançar comigo?
E foi a primeira vez que te tive
nos meus braços.
EVEREST
Põe o teu vestido mais bonito
e uma fita no cabelo
Dá-me a mão e
vem comigo
Vamos ao
Everest
Eu quero
gritar ao mundo
que a felicidade existe
Quem não
acreditar
Que venha a
um canto espreitar
Que oiça as
nossas palavras
Que veja os
nossos afagos
Que olhe
nossos olhos e diga:
Se viu um
olhar
que brilhasse tanto de amor.
FIZ-TE POEMAS
Lá longe…
Li outros
poemas
e fiz-te poemas
porque me abriram o caminho da expressão
Ouvi pássaros
e sinos
e fiz-te poemas
porque me disseram que há vozes
diferentes
Molhei-me na
chuva, bebi água das fontes
e fiz-te poemas
porque agora sei que nem tudo é dor
Beijei o teu
retrato e olhei uma flor
porque agora sei que escrevendo poemas
é uma forma de te amar.
ALGEMAS
Um amigo segredou-me:
Que vontade
eu tenho
De fazer
aquilo que me apetece…
Ando cheio,
estou cansado
Mas não
Não posso
fazer…
Que seriam
deles?
Que seria
dela?
Que seria de
mim?
Ò serralheiro
sobrenatural!
Corta estas
algemas ao meu amigo.
EU SEI, SÃO TRETAS
Eu sei
Que muito do
que escrevi
e pelas gavetas guardei
devia ter mostrado, pelo menos a ti
Eu sei
Que também
muito do que senti
guardei só para mim
e nunca disse a ninguém, nem a ti
Ah se
soubesses!
Como também
me apeteceu chorar
e nunca chorei
Como quis
dizer tanta coisa
e nunca falei
Como gostava
(de muitos modos) de te amar
e nunca te amei
É que eu sei
que não ias compreender
Nunca leste
um livro comigo
Nunca viste
um filme comigo
Nem sabes
nada de mim
Foi por isso
que guardei
tudo em gavetas
tudo o que para ti, são tretas.
SOU ASSIM…
Este meu modo de ser
De te amar,
de te querer
Pode não ser
o correcto
Mas que
queres! Eu sou assim…
Então este
meu sentimento
De posse, é
um tormento
Eu sei que
não está certo
Mas que
queres! Eu sou assim…
E este ciúme
louco
Que me mata
pouco a pouco
Bem sei,
merece censura
Mas que
queres! Eu sou assim…
E o desejo de
fazer amor contigo
É para mim um
castigo
È para mim
uma amargura
Mas que
queres! Eu sou assim…
QUERIA TANTO
Queria tanto
Estar mais
próximo de ti
Saber bem o
que sentes
e não és capaz de dizer
Dizer-te
tanta coisa
muito mais do que já te disse
Contar-te o
quanto custa
estar só, no meio de tanta gente
Queria tanto
Contar-te o
quanto dói
Quando
queremos falar
e ninguém nos escuta
Quando
queremos desabafar
e reparamos que não vale a pena
Quando temos
a sensação
Que este não é o nosso mundo
Queria tanto
Dizer que te
amo, e que és a coisa mais linda
que jamais tive na vida
Dizer como
estou cansado, muito cansado
depois, será que compreendias?
IGUAIS MAS DIFERENTES
Quando te observo de longe…
como me dói a tua transformação
És outra
quando não estou contigo
não por opressão
não por machismo
sabes que não é, mas….
Mas sinto que
não sou o teu companheiro ideal
Para ti o
bruto, o tal que “cheira a cavalo”
que espanca a mulher e gosta de futebol
que tem carro e gosta de se exibir
Não, não sou
o teu companheiro ideal
que livros lestes, na tua vida?
que filmes vistes, que exposição
visitaste?
Não, nunca
gostastes do que eu gosto
Agora… É como
se já tivéssemos dito tudo
o que havia para dizer um ao outro
E no entanto
penso
que nunca dissemos nada
durante todos estes anos
Dormimos ao
lado um do outro
amamo-nos pelo conforto
do companheirismo
Só, nada
mais.
QUERO-TE ASSIM
Quero-te assim
De cabelos
compridos
De olhos
felizes
E sorriso nos
lábios.
Quero-te
assim
Abandonada em
mim
De seios
esborrachados em meu peito
E o corpo
moldado na medida dos meus braços.
Quero-te
assim
Mesmo sabendo
que um dia
Terás rugas
no rosto
Que serão
baços os teus olhos
Ásperas as
tuas mãos
Frio o teu
corpo
Quero-te
assim, não importa
Infinitamente
assim como és
Porque te amo
APENAS UM SONHO
Eu sei
É apenas um
sonho
Mas mesmo
assim
Suponho, que
mesmo sonho
A fantasia
existe
E é tão
triste não vê-la concretizada
No entanto no
meu sonho
Dormes sempre
a meu lado.
E bastava
apenas um gesto
Uma carícia
sem protesto
Um pouco de vontade,
diria...
E a minha fantasia
Deixava de
ser um sonho
Se tu quisesses…
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