segunda-feira, 26 de outubro de 2020

UM CRUZEIRO DE SONHO

 





PARTE 4      
 
 
   




   Chegamos a Atenas à hora de jantar, deitamo-nos cedo, tínhamos que descansar, a partida para o cais de Pireus (Porto de mar de Atenas, onde nos espera o “Malhoa”, ancorado desde ontem de manhã,) era muito cedo. Tínhamos que preparar toda a bagagem para o para o regresso a casa.
      Partimos ás 9h30 de Atenas. Dissemos adeus à Grécia, “ás duas”, sim existem duas; Atenas e o resto. As assimetrias regionais são claras e indisfarçaveis. Contrastando com a Grécia campesina, agrícola e subdesenvolvida, há a Grécia opulenta dos iates no Pireu. Aqui na sua marginal, há restaurantes que se tem que pagar a entrada (cerca de 700 escudos), há moradias luxuosas, grandes clubes. Aqui ainda mais se justificava uma regionalização. No entanto, tal não sucede. Na União Europeia, só Portugal e a Grécia renegam tal solução de descentralização.
        A explicação que os gregos dão, diz respeito ao caracter histórico do país: A Grécia tem um passado de guerras e de divisões, ainda antes de Cristo, entre Atenas e Esparta que protagonizaram duas civilizações de índole contrária. Atenas era uma cidade de escritores, pensadores e artistas e Esparta de militaristas. O conflito foi inevitável.
     Por outro lado na Grécia existiu a tradição das cidades-estado, ou seja, centros urbanos que se organizavam como países. É contra esta tradição e pelo medo do retorno a rivalidades sangrentas, que se inibem os gregos de darem o seu voto à regionalização.
      Portugal nunca teve essa tradição, o único estado que existiu foi o condado Portucalense, que depois se expandiu na luta contra os Mouros, e veio a ser o Portugal que hoje conhecemos. Embora tenha passado, noutras épocas, por ser um império no mundo, pelos muitos países que colonizou e extraiu riquezas, que nunca soube aproveitar. Fazendo isso sim, a miséria de muitos, em prol de alguns. Foi assim até à revolução de Abril e está a ser hoje, embora em menor escala, com o aparecimento do novo-riquismo e o crescimento de muita miséria escondida, chamada “Pobreza envergonhada”. Mas ignorante e conservadora, incapaz de dar passos em frente, que vota contra o Aborto e a Regionalização, nos dois referendos de 1998. E fica admirada de sermos os eternos atrasados da Europa, com aldeias sem luz, sem esgotos, sem progresso e sempre à espera que seja o Terreiro do Paço a resolver-lhes os problemas. Porque não quiseram tomar conta dos seus destinos, guardando para si os impostos e as suas riquezas, para investirem em seu próprio proveito, no seu merecido bem-estar e desenvolvimento cultural e social, pois são eles que produzem essa mesma riqueza.  
              
        Deixamos para trás a Grécia, rodeada pelos mares: Egeu, Jónico e de Creta. Com as suas mais de 2.000 ilhas, e uma população de 10.5 milhões de habitantes, onde apenas um terço da terra é cultivada. Tem uma grande tradição marítima e conta com alguns dos maiores armadores do mundo. Das grandes preocupações do momento, é sem dúvida as exigências da província grega da Macedónia, manifestada pela antiga república jugoslava da Macedónia.
      Vínhamos a navegar em águas calmas e muito azuis, desde o Mar Jónico, onde entramos pelo Canal de Cerigo, entre a Grécia e a grande Ilha de Creta.
        Depois do Canal de Malta, passamos ao largo de Agrigento na Cecília, para a seguir “roçar-mos” o sul da Sardenha sempre pelo Mediterrâneo. Era já noite dentro, quando ancoramos ao largo da costa francesa, na Bacia de Leon, mesmo defronte de um dos maiores portos de mar da França, Marselha. Àquela hora da madrugada a cidade dormia iluminada, guardando dentro de si a história do Conde de Monte Cristo e da sua Mercedes.
         Aí passamos uma noite calma esperando pelo dia. Soube que muitos passageiros desembarcaram, rumo a França numa lancha da agência. A sua viagem na nossa companhia terminava ali. Tinham no seu itinerário, a continuação por: França e Benalux até aos Países da Escandinava.
         Logo que a manhã surgiu, com um Sol radioso e convidativo ao “bronze”, partimos em direcção ás Baleares, essas ilhas paradisíacas de Espanha, onde terminaríamos o nosso passeio ao Mediterrâneo, antes de chegar ao Porto.
       Navegamos junto à afamada Costa Brava até Barcelona, depois junto à Costa Dourada onde deixamos ao longe Terragona para rumar-mos à direita para Palma de Maiorca.
       Desembarcamos muitos de nós, para o Ferry-boat que nos levou à costa da ilha de Maiorca. Ainda íamos ficar o resto da semana a apanhar Sol naquelas praias. A agência de viagens tinha estruturado toda a nossa viagem de acordo com a nossa vontade. Assim, depois de todas as formalidades a bordo estarem normalizadas embarcamos para a costa da ilha. O “Malhoa” prosseguia viagem para Lisboa. Despedimo-nos ali daquela tripulação fantástica, que durante dez dias nos acompanhou com a maior das simpatias, numa atitude louvável de prestar aos passageiros o máximo de conforto com uma organização irrepreensível. Escrevi no livro de bordo um louvor a essa gente simpática, desde o Comandante ao Camareiro, passando pelo Barman ao pessoal auxiliar, sem esquecer essa bonita e elegante menina que foi a guia da nossa viagem, a Gilda.
           Á hora de almoço, estávamos na linda sala de jantar do hotel Saratoga na praia de Palma. O representante da nossa agência tinha tudo resolvido: estadia, alojamento e moeda espanhola ao câmbio local.
      Fazia uma temperatura de 35º e o menu à base de saladas frescas, soube-nos bem. Passamos a tarde no terraço do hotel, deitados em cadeiras de lona, guarda-sol aberto e um constante vaivém ao frigorifico-bar do quarto. É que o gim, o limão e o gelo, eram a nuvem fresca naquela tarde sufocante. A Olga não gosta muito, limonada com água lisa é mais do seu agrado.
      Que vida boa aquela! Estávamos os dois de calções, os dela eram brancos, curtos e muito justos. O que me levou a convida-la a sentar-se no meu colo, talvez tivesse sido, além dos calções, a abertura da camisa de seda verde-salsa, por onde espreitavam duas meias luas brancas e uma renda suave de cor verde-garrafa muito atraente. O Sol convidava à nudez, o terraço era discreto e nada nos incomodava, afinal a vida era bela e as almofadas das cadeiras amovíveis. Foi quando nos lembramos de forrar o chão do terraço com elas, e nos deitamos...
     Durante dias aquelas praias de areia finíssima foram o nosso mundo. Ali descansamos de verdade, sem horas de partir ou de chegar, dias houve que nem nos apeteceu ir jantar ao hotel. Ficávamos sentados na praia deslumbrados com o pôr-do-sol. Nestas ilhas os fins de tarde são maravilhosos. O céu torna-se colorido de amarelo, laranja e vermelho, para depois se tornar em tons de azul diversos, desde a turquesa ou quase preto no patamar da noite, de tão escuro.
        Assistimos a divertidos concertos  ao ar livre de musica espanhola. Convívios fantásticos nos jardins do hotel, com orquestras espanholas de baile, tabelados encerados e ornamentados de flores e luz, muita luz. Churrascos e Paelhas servidas ao ar livre, muita alegria e gente jovem e bonita, sem preocupações de estar a vestir bem ou mal, mas à vontade sem preconceitos ou pudores. Enfim, um mundo a que não estamos abitados a viver, tão diferente do nosso modo de encarar a vida. Depois digam que o dinheiro não interessa! Pode não ser tudo, mas que é importante é.
Ao 3ºdia despedimo-nos daquela Palma maravilhosa.      
        Depois do avião descolar, e tomar a altitude desejada. A hospedeira de bordo disse:
       — Senhoras e cavalheiros podem desapertar os cintos e descontraíam-se. Os Transportes Aéreos Portugueses desejam a todos os passageiros uma óptima viagem na nossa companhia. Voamos a uma altitude 8.000 metros à velocidade de 600 Km/h. O nosso destino é o Aeroporto de Pedras Rubras (nunca me habituei a dizer Sá Carneiro), na cidade do Porto, o que pela nossa tabela, aterraremos às 12h e 45 minutos. Obrigado.
       A Olga para minha admiração, estava calma, toda refestelada no seu lugar de janela, (que depois trocou comigo), embora agarrada ao meu braço e ainda digerindo todo aquele pânico que é andar de avião pela segunda vez. Almoçamos a bordo; Um escalope de vitela, uma forma de arroz seco, brócolos e cenoura cozida. Enfim, suficiente para aquele comentário da Olga:
       — Estou mortinha por chegar a casa! (Onde é que já ouvi isto?)                                                                                                                                                    
        Passavam dez minutos da uma da tarde, estávamos a abraçar os filhos e alguns netos que nos vieram esperar ao aeroporto. Estava um domingo soalheiro como todos os domingos devem ser. Distribuímos a bagagem pelos dois carros e partimos pela variante da Maia rumo à VCI. Abri a janela do meu lado, o Porto tem um cheirinho tão bom!... Porque será que a saudade nunca dorme?
       Como não entramos na auto-estrada e fomos sair a S. Roque, perguntei: — Onde é que nos levam, isto é um rapto? Surpresa! Vamos almoçar fora que hoje pagamos nós! Disse a Nelinha. — Ó Mãe não faças essa cara! Não digas que querias ir agora fazer o almoço! Depois temos tanto que conversar, tive tantas saudades vossas!...
      — Não é isso filha — respondeu a Olga— Mas estamos tão cansados, gostava tanto de tomar um banho, mas está bem... Ainda aguentamos até logo. Vamos lá a esse almoço que também morro de fome!...            
     Estacionamos no parque do bonito restaurante o “Choupal dos Melros”. Dantes estava-se bem no alpendre, mas agora com as modificações feitas, a sala era no interior. O ambiente agradável. Que bem que nos soube aquele cabrito assado no forno a lenha, o arroz seco com morcela e aqueles grelos salteados com alhos. Aquele vinho bom da região do Douro e aquele creme queimado com cheirinho a canela.
       — Não há dúvida — Dizia a Olga — Estamos em casa! Nós os portugueses? é que sabemos cozinhar!... Lá por onde andamos, é tudo muito bonito não há dúvida. Pode até ter sido ali o berço da nossa civilização, não ponho isso em causa, Mas cozinhar! Isso? Fomos nós que inventamos. Com esses povos não aprendemos de certeza! O curioso é que foi lá no Oriente, em África, que fomos buscar os condimentos para a nossa cozinha.      
       — Resumindo — Disse o Toni — tinham o material só não o sabiam utilizar!
     Já em casa foi uma algazarra com os mais pequenos: O abrir das malas, as lembranças, as saudades. A Leninha comovida com o anel da sorte, o sortelha... As estátuas em miniatura dos deuses gregos que distribuímos pelos netos; A caneca de cerveja egípcia para o Tony; A Esfinge em Jade para a Tania (fica guardada até ela cá vir), a pirâmide de Gize em mármore para a Nelinha.
       Trouxemos ainda uma linda reprodução da Acrópole em mármore róseo, para oferecer ao Passos, pela nossa amizade e “serviços prestados”.
        Era já tarde da noite quando nos retemperamos com um bom banho e nos fomos deitar. Tínhamos no dia seguinte uma entrevista marcada com o amigo Passos, queríamos saber como iam as obras e decoração da nossa nova casa. E queríamos falar com o Futuro sobre a marcação das escrituras no notário. Vamos tentar faze-las todas de uma vez: A nossa vivenda em Gueifães na Maia; O andar do Toni na Palmilheira e o andar da Leninha em Rio Tinto. A Nelinha quis ficar com aquele onde morávamos, afinal já é dela há muito tempo.
            
        Era quase dia de Anos da Olga, agora vivíamos já na nossa casa nova. Este ano, íamos festejar os nove. Apesar dos anos anteriores não correrem bem, com desenlaces, separações e outros desgostos à mistura. Mas tentamos superar todos esses contratempos estúpidos de uma maneira simples, agarrando-nos ao mais importante, àquele nó que nunca se pode desatar, “ A Família”, ou o que resta dela...
       O aniversário da Olga é sempre uma data importante, mas este ano fazia 60, era de facto uma data importante. A família estava unida, apesar de por vezes existem casos insuperáveis. Mesmo assim, íamos tentar sentarmo-nos à volta da mesa os nove: Eu e a Olga, os nossos três filhos e os quatro netos, três da Leninha e um do Tony. A nossa neta Tania vivia longe com o marido e o nosso bisneto. O neto João estava com a mãe e o padrasto.
      Passamos uma tarde agradável a contar as nossas aventuras e os lugares que visitamos. Graças às novas tecnologias, foi possível durante a manhã o Tony gravar para CD todas as fotos (e eram muitas!) que tiramos com a nossa digital. O almoço tinha sido um desejo da Olga: Bacalhau cosido, grelos e batatas. O azeite era da região de Vila Flor, tinha-o trazido o Toni.
       
     Na nova casa, tenho uma sala enorme só para mim, com estantes nos três lados da sala. Cada estante corresponde a um filho. Assim, cada uma terá os livros, os filmes, as músicas e as recordações que escolherei para cada um deles. Assim como os meus poemas, as minhas letras os meus fados, os milhares de recortes, jornais e revistas e os livros que escrevi. Depois tenho os netos, os filhos de cada um dos filhos, todos diferentes nos seus gostos. Tenha eu tempo para classificar, separar e ordenar tudo isso, será o meu trabalho daqui em diante, além de escrever como agora. O pior é que passo a vida a adiar, depois tenho medo de não ter tempo. E...Não ter tempo, é das minhas maiores angustias, dos maiores medos!
 
É na fogueira do tempo / Que meu tempo se consome
Na raiva de não ter tempo / E morrer com essa fome
Se um dia alguém tiver tempo / De lembrar que eu existi
 Que não seja por lamento / De algum tempo que perdi.
  
Temos um lindo jardim, para onde dá a quarta parede da “minha sala”. Toda envidraçada por onde entra o Sol a partir do meio da manhã, até desaparecer no horizonte ao final da tarde. E por onde vejo o mar lá ao longe, devido ao ponto bastante alto onde está esta vivenda. O jardim cuidadosamente arquitectado pela Olga de modo a poder ter desde os gládios coloridos, que ele tanto gosta, até ás rosas amarelas e violetas, flores da minha preferência, passando pelas margaridas, cíclames e cravos vermelhos e claro, as estrelícias da Leninha.
         No lago de azulejo azul-turquesa, existe à superfície um nenúfar onde pousam borboletas. Os caminhos do jardim são de granito em bruto, e por entre alguns deles passa a água que sobra da fonte e desagua no lago. Esta fonte em pedra lavrada, tem como principal figura, uma linda e elegante moura, com seu traje de sarracena, segurando um cântaro por onde sai a sua água cristalina e fresca. Num dístico na pedra gravada lê-se. “Fonte da Bela” em homenagem á lenda e ao lugar onde moramos tantos anos e cresceram os nossos filhos.
        Claro que o resto do jardim é uma área relvada, onde os netos podem brincar no baloiço ou no escorrega, e os adultos se deliciarem no camaranchão de colunas em granito tipo esteios, onde a sombra deliciosa convida ao descanso e à leitura. Por fim a piscina para alegria de todos e concretização do sonho da Nelinha! Claro que não podia faltar uma pequena parte reservada ao quintal da Olga, onde ela tem o capoeiro, e cultiva diversos legumes. Quase junto da fonte, fica a lavandaria, depois a adega e a entrada das traseiras da garagem.       
       Os dois grandes e lindos jarrões, estilo ânforas romanas com aquelas plantas ornamentais de folhas largas, chamadas “pata de cavalo”, na entrada principal, foram uma genial ideia do Passos.
    Entrando no hall de chão revestido a mármore, encontra-se à direita uma cardência em talha dourada com tampo de cristal lapidado, encimada por um espelho de cristal e moldura do mesmo estilo. Do lado esquerdo, no chão, um enorme elefante em porcelana de rabo virado para a entrada, (como manda a tradição), dá as boas vindas ás visitas e sorte à casa. Ao lado de um cabide de pau-santo, estilo tocheiro medieval, fazendo par com um pingador para guarda-chuvas. Na parede em bronze, o brasão heráldico da família Carvalho cinzelada, cruzado por duas espadas da mesma época. O tapetão cinza escuro com arabescos dourados faz a passagem deste hall de entrada para outro, através dum arco alongado. Dá este hall para as escadas centrais de largos degraus em mármore, forrados a meio com uma passadeira de cor e motivos iguais ao tapetão da entrada. Os corrimãos são de metal e terminam com dois candeeiros de três braços, com globos brancos. São estas escadas o acesso principal aos quartos e casas de banho no primeiro andar. Sobressai ainda na parede do patamar, um quadro cinzelado a bronze com uma quadra que diz assim:
            
             “ Não se compra nem vende amizade./É algo que se ganha que se dá
                Tem à mistura amor, sinceridade. / E é linda como o Sol da manhã.”
            
     Do lado direito das escadas encontra-se a entrada para a “minha” sala, seguida da entrada para o quarto de arrumos, e que eu teimo sempre em chamar de quarto de recordações, pelas muitas caixas e arquivos fotográficos que lá vou guardando ao longo do tempo.
        Do lado esquerdo a sala de estar, lugar de reunião da casa, com longos sofás de couro, rodeando a lareira. Por cima desta, um lindo quadro da matriarca da família, genialmente pintado por José Luís Lapa. Uma mesa de tampo de vidro em cristal lapidado, e suportada por quatro dragões em metal, faz contraste numa carpete oval de tons verdes que trouxemos de Arakhova na Grécia.
         Num plano superior, com acesso por dois baixos e largos degraus, a toda a largura da sala, e ladeados por duas varandas de metal com o mesmo design da escada, encontra-se a sala de jantar. De chão em tijoleira gravada, onde uma carpete de Arraiolos, com um belo desenho do Alentejo, faz conjunto a meio da sala. Numa mesa cumprida de mogno, um soberbo arranjo de orquídeas destaca-se do conjunto. De um aparador e uma cristaleira de grandes prateleiras electrificadas, vêem-se colecções da Vista Alegre, Cristais D’arques e outros. Uma baixela completa com o nosso monograma gravado a ouro fino, destaca-se na cristaleira. Nas paredes dois maravilhosos quadros, um de Graça Morais mostrando uma vista da Foz do Douro, em dia soturno de nevoeiro, com o eléctrico ao fundo na Cantareira. Outro de Maluda com uma paisagem da Ribeira do Porto. Os quadros são ladeados por lindos apliquem em cristal fazendo conjunto com o do tecto, onde lindos reflexos brilhavam com as cores do pôr-do-sol        
       O ambiente era de felicidade. As crianças brincavam no chão da carpete. Os mais velhos tinham-se esgueirado para o computador, experimentando os novos jogos. Os adultos à volta da mesa brindavam à alegria, à saúde e bem-estar, com champanhe e o bolo da Olga. Finalmente reinava o amor e a harmonia, os maus tempos tinham passado para todos, desde a Leninha que despertou da sua letargia, ao Tony que começou a ter a sorte do seu lado. Quanto á Nelinha, essa é forte e aguenta tudo, até os desaires dos outros.
       Apeteceu-nos jogar o Loto. Escolheram-se os cartões e o Tony falou alto: 
        — Treze! E a Olga gritou: — É meu! 
 

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