PARTE 12 (111 A 120)
111
MODO DE AMAR
Se tanto nos desejamos
Para quê contrariarmos
Nossa vontade de amar
É preconceito que existe
E o medo que lhe assiste
Que os outros possam pensar
No mundo em que vivemos
Meu amor nós não podemos
Viver a nossa aventura
Um dia vai acabar
Esta maneira de amar
Nossa vida é uma loucura
Tudo aquilo que pensamos
Um do outro o que gostamos
É só nosso esse segredo
É um amor feito miragem
Por não termos a coragem
De enfrentá-lo sem ter medo
Fado Franklim de: Franklim Godinho
Gravado
em K7 por José Ferreira em 1989
112
MORRER DE SAUDADES
Meu amor se é
verdade
Que se morre
de saudade
Então está
perto o meu fim
Pressinto a
vida a fugir
Que ás vezes
chego a sentir
Mesmo
saudades de mim
A tua
presença invento
E à noite há
um momento
Que estas
comigo deitado
Pois ando
assim como louca
Com o teu
nome na boca
A chamar por
todo o lado
De manhã ao
despertar
Deixo meus
olhos estar
Fechados para
te ver
Ponho a mesa
para os dois
E no silêncio
depois
Fico a ver-te
comer
Meu coração
não resiste
A solidão que
persiste
Em viver
nesta ansiedade
Se não voltas
meu amor
Vai acabar
esta dor
Porque morro
de saudades
Fado Proença de: Júlio Proença
Gravado
em K7 por Rosa Cruz em 1989
113
MUDASTE A MINHA VIDA
Andei mil
madrugadas tão sozinho
Levou-me o
vento em busca da verdade
Ate que Deus
te pôs no meu caminho
Para qu’eu
conhecesse a felicidade
A partir
desse dia dessa hora
Mudaste minha
vida e o meu fado
Do meu peito
a tristeza foi-se embora
E hoje eu sou
feliz mas a teu lado
É o meu fado
a minha luz
És o farol
que nesta vida me conduz
És o meu
mundo o meu pecado
És a razão de
eu cantar este meu fado
Deste-me o
teu corpo e a tua alma
Toda te
entregaste por amor
Tu és o
lenitivo que me acalma
Nas horas em
que a vida tem mais dor
Quero de ti
ternura e o calor
P’ra não
passar as noites mais sozinho
Bendito seja
a hora meu amor
Em que Deus
te pôs no meu caminho
Fado “Mundo de Inverno” de: Paco
Gonzalez
Criação de António Tavares em 1994
114
MUITOS MEDOS, OUTROS PASSOS
À muito que
meu anseio
Era ter-te
nos meus braços
Mas sempre
havia p’lo meio
Muitos medos,
outros passos
Até que um
dia vieste
Como quem vem
p’ra se dar
E lembro até
que trouxeste
Olhos tristes
de chorar
Beijei-te
como quem tem
Um desejo
acumulado
Amei-te como
quem vem
Das galeras
degradado
Nos teus olhos
vi o brilho
De quem é
feliz agora
Mesmo saindo
do trilho
Quem é feliz
já não chora
Anseios
realizados
Somos felizes
suponho
Mas por mal
dos meus pecados
Tudo não
passou dum sonho
Fado Louco de: Alfredo
Marceneiro
Criação de Franclim Simões em 1998
115
MULHERES DA MINHA GERAÇÃO
Tiveram
sonhos de pouca monta
Ao brincarem
aos reis e às rainhas
Foram nossas
mulheres ao faz-de-conta
Quando
brincamos juntos às casinhas
Andamos
descalços sem ter medo
Pisamos na
desdita o mesmo chão
Mas ficaram
adultas muito cedo
Ao viverem a
mesma condição
Tiveram a
virtude de esperar
Amando-nos de
muitas maneiras
Quando
estivemos para lá do mar
Ficaram mães
viúvas, mães solteiras
Estiveram na
vida ao nosso lado
Mães dos
nossos filhos hoje são
Presto assim
homenagem neste fado
Às mulheres
da minha geração
Fado Licas de: Armando
Machado
Criação de Manuel Gonçalves em 1988
Declamado por José Neves na Rádio
Festival
116
NA PALMA DA MINHA MÃO
Na palma da
minha mão
Trago o
destino marcado
E queira o
mundo quer não
Hei-de
vivê-lo a teu lado
Viver sem ti
não consigo
Que o diga
meu coração
E as linhas
qu’andam comigo
Na palma da
minha mão
Nos teus
olhos me perdi
Tu és na vida
o meu fado
Desde a hora
em que te vi
Trago o
destino traçado
E se o destino
assim quer
Contrariá-lo
é que não
Hás-de ser
minha mulher
Está escrito
em minha mão
Meu amor por
ti é tanto
Ando assim
enfeitiçado
Que por
destino ou encanto
Hei-de
vivê-lo a teu lado
Eu quero
viver contigo
És a minha
perdição
Trago o teu
nome comigo
Na palma da
minha mão
Fado Louco de: Alfredo
Marceneiro
Criação de Manuel Ferreira em 1999
117
NÃO CHEGA SÓ A PAIXÃO
Não canta o fado quem quer
Diz o povo e com razão
Ao fado como à mulher
Não chega só a paixão
O fado é assim é bonito
Com garganta e bem dizer
Por isso digo e repito
Não
canta o fado quem quer
Quem nunca tiver amado
Com muita, muita emoção
Não deve cantar o fado
Diz
o povo e com razão
Com rimas bem escolhidas
Diz-se tudo o que se quer
Até palavras sentidas
Ao
fado como à mulher
É preciso pôr a par
A garganta e o coração
Para o fado se cantar
Não
chega só a paixão
Fado Isabel de: José Fontes Rocha
Gravado
em CD por Joaquim Brandão em 2003
118
NÃO HÁ FESTA COMO ESTA - RUSGA DA SÉ/2012
Não há cá
pobre nem rico
Só há povo
nesta festa
Perde a noite
no fanico
Que até no
mundo acredito
Não há festa
como esta
Apesar de
tantas “crises”
A Sé não pode
faltar
Traz aqui
suas raízes
E S. João num
altar
É que sem
nossa alegria
Sem nossa
vivacidade
Perdia a
festa a magia
Era mais
triste a cidade
Toda a noite
repenico
Para alegrar
a noitada
Com cidreira
e manjerico
Fogueiras e
bailarico
Pimentos,
sardinha assada.
Gravada em CD por
Teófilo Granja, Autor da música
2º Classificado nas Rusgas de S. João
do Porto
119
NÃO LHE DIGA QUE ME VIU
Você
e amiga
Mas não lhe
diga que me viu
P’ra quê
criar
Um mal-estar
a quem fugiu
Desta
rotina
Que nos
domina e a vida tem
E afinal
Qual foi o
mal, diga também
Mas já que
insiste
E não resiste
à ansiedade
Vá lá e diga
À sua amiga
só a verdade
Que me viu
cantar
E estilar
fado a valer
Nunca lhe
disse
Pois se me
visse ia sofrer
Sei que não
gosta
Só me
desgosta dizer do fado
Qu’é
horroroso
Qu’e piroso
mal-educado
O fado canto
Porque amo
tanto essa mulher
Talvez ajude
Talvez mude
se lhe disse
Música de: Marcus Levy
Gravado
em CD por Eduardo Alípio em 1997
120
NAS ASAS DA NOITE
Com meu rosto
pousado em teu peito
Depois desse
momento tão feliz
Adoro ver em
teus olhos esse jeito
Tão lindo que
tu pões quando sorris
Quando a
noite chega para o amor
E acende em
nós loucos desejos
Unimos nossas
almas com calor
Nos corpos
que se moldam entre beijos
E é sempre
com esta intensidade
Em cada noite
amor mais nos amamos
Vivendo esta
interna felicidade
Que Deus abençoa
e nós sonhamos
Adormeço em
teus braços de ternura
Sentindo ao
longe o teu aconchegar
Cansada de
prazer e de loucura
Solto as asas
da noite e vou sonhar
Fado Zeca de: Amadeu
Ramim
Criação de Elisabete Pinto em 2007
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