Como da fêmea nasce a cria
e da árvore nasce o fruto
Tu nasceste
da poesia
a quem eu presto tributo.
E nos poemas
que faço
alcanço a tua nudez
Onde em
sonhos me desfaço
e morro tantas vez
INVENTEI-TE
Desenhei-te
o corpo, o rosto, os olhos e a boca
porque era assim que te queria, linda e
louca
Concebi-te
Com vontade luxuriante de sexo e amores
doces
porque era assim que eu queria que tu
fosses
Pari-te
e um mundo de prazer para nós imaginei
enfeitado com os poemas que te dei
Amei-te
tanto, que tudo que escrevi jamais
posso
sentir censuras ou remorso
E porque em
poesia nada é pecado
nem o incesto
Fiz amor
contigo numa letra dum fado
e de resto...
Que são
palavras escritas num labirinto
onde eu e as minhas canetas
Apenas
escreveram aquilo que sinto
e tudo o resto, são tretas.
ÉDEN
O dia tem o
Sol
A noite tem a
Lua
O mar tem as
ondas
O céu tem as
estrelas
E eu tenho-te
a ti
Que importa tudo que o mundo tem
Eu tenho nos
teus braços o paraíso
Tu és a deusa
do meu Éden
Basta-me
Teu sorriso
como Sol.
Teu rosto
como Lua
Teu cabelo
como ondas
Teus olhos
como estrelas
O DOCE
Depois daquele momento tão bom!
Senti-me o miúdo
que meteu o dedo na geleia
Senti que a
felicidade existe
e é doce como tu
Mas agora...
Nunca me faltes, posso ougar...
É que fiquei
guloso por ti
Tu és o meu doce.
DIFERENÇAS
Eu amo-te
Tu apenas
gostas de mim
Eu faço tudo p’ra te ver
Tu nem me
telefonas
Eu vivo contigo no pensamento
Tu vais-te
lembrando
Eu sou louco por ti
Tu és lúcida
na tua negação.
IN…
Inalterável
Será sempre o modo de te querer
Insuportável
É a ânsia de estar um dia sem te ver
Incontrolável
É sempre este desejo de te ter
Insustentável
É esta fome de fazer amor contigo
Interminavelmente
Até ao fim da vida.
INCÓGNITA
Os cigarros queimam-se entre os dedos
uns atrás dos outros
O fumo sobe
no ar e funde a tua imagem
cercada de pontos de
interrogação
Queria apagá-los e não consigo
Os cigarros queimam-se entre os dedos
E a incógnita
persiste
Será que teu
amor ainda existe?
INDISCUTIVELMENTE
A maneira confortável
como te aconchegas em meus
braços
O modo
inegável
como teu corpo se encaixa no
meu
A forma
incomparável
como em tudo nos entendemos
São a prova
irrefutável
que um para o outro nascemos.
LUXÚRIA
Se um dia tivesse
o teu corpo e pudesse
desfaze-lo em ternura
Matava o
sonho de ter-te
nos meus braços e morder-te
de amor até à loucura.
Queria fazer-te sofrer
Ver-te chorar de prazer
p’ra sentir o que sentias
E na loucura
de te amar
tu me pudesses mostrar
todas as tuas fantasias.
E no desejo de amar-te
que não ficasse uma parte
de ti por desvendar.
Então, se
amar assim redime
nesse prazer sublime
não haveria pecado em me dar.
O DESEJO
o desejo
crescia, crescia
dia a dia, hora a hora
Até que
A porta
fechou-se
O mundo apagou-se
O rastilho
acendeu-se
A explosão
deu-se
E o desejo
matou-se
Depois…
O desejo
crescia, crescia
todo o dia, à mesma hora.
UMA QUADRA PARA TI
Porquê
chamar por ti
se tu não vens
Não ouves
meu lamento
meu chamado
Porquê
pedir-te amor
se tu não tens
Só ouço
o que eu invento
no meu fado
OS MEDOS NUM CAFÉ
O receio de encontrarmos
alguém ao virar da esquina
O medo de entrar num café
onde haja alguém que nos
conheça
O desconforto
de bebermos o café
sem tirar os olhos da porta
A tristeza de
nos despedirmos
quando queríamos estar juntos
A mágoa de
termos que nos olhar
sem que os outros nos vejam
A dor de
vivermos tão longe
quando queríamos estar tão perto.
PAIXÃO
sei que não és cigana
o teu rosto não me engana
mas teus olhos, esse sim
Tua pele
morena delicada
merecia ser beijada
com carinho mas por mim
As argolas,
teu cabelo
tudo junto é o enlevo
a razão do meu viver
E a tua boca
então. Ah essa!
é culpada desta paixão
que tenho andado a viver.
PALAVRAS
Muitas coisas não se dizem
porque não sabemos dizer
Não foram
ainda sequer
inventadas as palavras
O que vale é
que para nós
basta um olhar
Para o que
sentimos os dois
Não foram inventadas palavras
Para já
Vamo-nos
contentando com uma
Amor.
VÁCUO
Dói tanto este vácuo
Esta ausência
de ti
O espaço entre nós
quando não estás
A distância
entre nós
quando não vens
O vazio entre
nós
quando não te dás
O teu
esquecimento
Que tanto tens…
CONCLUSÃO
Conhecemo-nos
Contaste-me
os teus medos
Contei-te os
meus segredos
E concluímos:
Encontramo-nos
tarde de mais
Ou não!
GOSTAR
Quantas vezes
é que te ligo
só para ouvir a tua voz
Ando assim,
triste comigo
sozinho pensando em nós
E não sei
como consegues
viver tua vida assim
E muitas
vezes te negues
sequer a pensar em mim
As mensagens
que te mando
ás quais não tenho resposta
Só não sei
porque inda ando
a gostar de quem não gosta.
GOSTAVA TANTO
Gostava tanto
de chegar ao fim da tarde
e dar-te um beijo
Todos os dias
em que houvesse tardes
Gostava tanto
de todas as noites
te ter em meus braços
Todas os dias
em que houvesse noites
Gostava tanto
de ao acordar pela manhã
ter o teu sorriso
Todos os dias
em que houvesse manhãs.
QUASE
É quase incontrolável
e custa tanto, tanto a suportar
a vontade enorme de te beijar
É quase
insuportável
estar ali tanta vez a teu lado
e ficar disfarçando, calado
É quase
comparável
à tortura de um condenado
SE FOSSESS A OUTRA…
Se fosses a outra…
com os mesmos olhos
a mesma boca. Louca.
Se fosses a
outra…
com o mesmo corpo
essa linda cor de pele. De mel.
Se fosses a
outra…
com as mesmas mãos
e essa ternura. Que loucura.
Mas não és…
que amargura.
A SEDA
Podes achar que é loucura
Eu não acho,
nem um pouco
Ao fim de
tanto tempo inda perdura
Aquela
sensação, que me põe louco
Da suavidade da tua lingerie, pouca…
E da seda
entre os meus dedos
Entrando em
teu corpo e te põe louca
Com gozo e prazer inventámos enredos
Que nos faz tremer a voz…
Numa mistura
de dor e ternura
Mas quem
melhor que nós
Sabe sentir
essa loucura?
AMAR É
Amar
É viver
constantemente
Com uma dor
que não se sente
Amar
É sentir
frio, é sentir calor
É sonhar
acordado e sentir tremor
Amar
É ter dor e
gostar de suportar
É ir à
loucura e de ser louco gostar
Amar
É sentir por
alguém
O que
queríamos que também
Sentissem por
nós
AMEI-TE
Entraste
Na minha vida
No meu mundo
Envolveste-me
Com teu olhar
Com teu
sorriso
Prendeste-me
depois
Com teus
beijos
Com teus
braços
Amaste-me por
fim
Com teu corpo
Com teu modo
Gostei tanto,
tanto
Que te amei
também
Como nunca
tinha amado ninguém
NATURALMENTE
Assim
Como uma flor
desabrocha para a vida
Tal
Como o Sol
desponta no horizonte
Puro
Como a água que
nasce na montanha
Igual
Ás ondas que
nascem no mar
Natural
Como uma mãe
dá à luz um filho
É o meu amor
por ti
Assim…
Naturalmente…
PARA TI
Expressões lindas que teu corpo tem
São emoções
sentidas que te vêm
Do teu porte
no andar
Da elegância
no trajar
És sublime no
pisar
Fascinante no
cantar
Viva, alegre
como o dia
Como um beijo
que se adia…
TÃO BOM…
O brilho
Dos teus
olhos
O cheiro
O chá do teu
corpo
O sabor
A cereja dos
teus seios
A carícia
Na ponta dos
teus dedos
A meiguice
Na doçura da
tua voz
O beijo
Com sabor a
mel
O grito
No crispar
das tuas mãos
O clic
Na paz do meu
ombro
O amor
Que tens para
me dar
TORTURA
Deitar-me
sem te possuir
Adormecer
sem um carinho teu
Acordar
sem o teu beijo
Falar
sem nunca te ouvir
Olhar
sem ver o teu sorriso
Viver
sem a tua presença
É mais que
sofrimento
É uma tortura
TEUS BEIJOS
Meu amor quando me beijas
De tão
vermelhos e doces
Os teus
lábios são cerejas
Como de fruta
tu fosses
Dá-me tanto gozo tê-los
Colados nos
meus, morde-los
E sentir que
o desejo
Mais aumenta
em cada beijo.
TEUS OLHOS
Teus lindos olhos castanhos
São dois
luzeiros tamanhos
Que ardem
d’amor e ternura
E a mim, me
levam à loucura
São tão meigos, sedutores
Para mim são
dois amores
Que trago à
muito perdidos
Neste mar dos
meus sentidos.
TUA BOCA
Tua boca me fascina
Tanto me
atrai e seduz
Feitiço que
me domina
E a minha
vida conduz
Fresca como maresia
Quando fala é
melodia
Quando beija?
Santo Deus!
É loucura nos lábios meus.
NÃO MINTAS
Não mintas
Porque dizes
que não, se teus olhos te traem!
Repara
Como as
minhas mãos cabem tão bem em teus seios
Vê
Como a minha
boca se cola tão bem à tua
Olha
Como teu
corpo se entrelaça tão bem no meu
Sente
Como entro em
ti e deliras em orgasmos sucessivos
Será coincidência?
Não mintas...
Sabes muito
bem que nascemos um para o outro.
NEM SONHAS…
Sou alguém que te quer tanto
E no entanto
Tu nem
sonhas…
Tantas vezes passo por ti na rua
Imagino-te
nua
Tu nem
sonhas…
Se soubesses o quanto te amo
E em sonhos
te chamo
Tu nem
sonhas…
Talvez suponhas…
Pelo modo
como olhaste para mim
Ontem no
jardim.
SENTIDOS TROCADOS
Tens o dão de me toldares
Os cinco
sentidos
Ouvi teu
cheirinho ao chegares
Que suave
aroma p’ra meus ouvidos
Depois com
meu olhar deite um beijo
E cheirei
tudo que me disseste
Falando senti
o teu desejo
Nos gestos que ao meu ouvido fizeste.
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