TEMPO
Vinte e oito meses
Uma
infinidade…
Oitocentos e quarenta dias
Uma
eternidade…
Vinte mil cento e sessenta horas
Uma
perpetuidade…
Foi muito tempo longe de ti...
CORRER, CORRER
Queria correr, correr
para tornar a ter
teu corpo nos meus braços
E as minhas
mãos andarem, andarem
como cavalos à solta
no lindo prado do teu corpo
E os meus
lábios beijarem, beijarem
como caminhantes sedentos
da tua boca minha fonte
E os meus
olhos cegarem, cegarem
com o Sol que irradia
do brilho dos teus
Queria correr, correr
até cair exausto e sonhar
deitado no teu colo
ouvindo o teu coração impulsionar
o sangue que nas minhas veias
Corre, corre,
corre.
CHEGUEI
Cheguei
Trago as
cartas que me escrevestes
Químicos do
teu sentir
Sóis dos meus
dias tristes.
Trago os dias
Tortuosamente
contados.
Trago desejos
Anacronicamente
acumulados.
Trago
Segredos
Presos à
ponta dos meus dedos.
Trago esta
dor
Do
desperdício do tempo
Que me
impuseram longe de ti.
Cheguei
Estou aqui
Como te
prometi.
ESTOU AQUI
Estou aqui
de braços abertos
Com desejos
secretos
do teu corpo.
Nas mãos a
expressão
de carícias acumuladas
que voltam moldadas
aos teus seios.
Estou aqui
de lábios sequiosos
saudosamente ansiosos
dos teus beijos.
Nos olhos a
felicidade
de voltar a ver os teus
Será a fé que tens no teu Deus
que me trouxe para ti?
Estou aqui
toma a minha mão.
AGORA ESTOU AQUI
Estou aqui
Perto de ti
Junto de ti
Abraçados
Agora estou aqui
Não preciso
mais
Fechar os
olhos p’ra te ver
Nem beijar
mais o teu retrato
Agora estou aqui
Tenho os teus
lábios macios
Agora estou
aqui no nosso quarto
Abraça-me!
Beija-me meu
amor!
VIM PARA FICAR
Cheguei!
Eis-me aqui!
Toma o lenço
não chores mais
Pega a minha
mão e leva-me
Sou teu
E vim para
ficar
O MEU AMOR
Para que tira o avental, alisa a saia e compõe o cabelo
mesmo à hora de eu chegar a casa
depois de mais um dia de trabalho?
Para que
cozinha o meu prato favorito, põe a toalha
bordada na mesa, flores e velas acesas ao jantar?
Para que põe
a tocar o CD da Elis Regina
baixa a luz ao entrar no quarto e se vem deitar a meu
lado de baby-doll de seda e o cabelo solto?
Para que me levanto ao Domingo
preparo um sumo com torradas e levo-lhe
ao
quarto com uma flor que tiro da jarra da
sala
e a beijo até ela acordar?
Para que lhe
compro uma prenda
mesmo sem ser dia de aniversário e adoro o
vê-la tirar o laço e rasgar o papel?
Para que lhe
telefono tantas vezes
só para ouvir a sua voz, dizer-lhe que a
amo
e
que tenho saudades de não a ver desde manhã?
Para que lhe
compro uma peça de lingerie
acanhado com a menina que me atende... e
fico
todo o dia a pensar como vai ficar no seu
corpo?
Para que a
convido para almoçar
no restaurante que mais gosta e adoro
ver-lhe
a
satisfação de saborear o prato que mais adora?
Porque a amo
muito
porque é bom compartilhar-mos o belo da
vida
com
quem amamos.
Porque o amor
é feito de partilha e cumplicidade.
E a felicidade? È feita destas pequeninas coisas.
CUSTA TANTO
Custa tanto
Sentir
carência
e tentar manter a aparência
Custa tanto
Sentir
saudade
e dizer que não, que não é verdade
Custa tanto
Sentir
solidão
e dizer sempre a todos que não
Custa tanto
Sentir a
infelicidade
e mostrar o exemplo de felicidade
Custa tanto
Estar assim!
E ter que
admitir
Que sim.
EM TUDO
Na casa onde
morares
Na rua onde
passares
Na escada que
subires
Na janela
onde estiveres
No jardim que
te sentares
Na varanda
que te debruçares
Na cama onde
dormires
Na mesa onde
comeres
Na água que
beberes
No ar que
respirares
Hei-de pôr
uma flor
Nos lábios
que me beijam
No corpo que
me sacia
Na alma que
me dás
Hei-de pôr
todo o amor que te tenho.
INTERROGAÇÕES
Onde estão
esses aerogramas cheios de amor?
Para onde
foram
essas palavras cheias de ternura?
Por onde
andam
esses beijos impregnados de fervor?
Para onde foi
essa maravilhosa loucura?
Onde está
essa Lua que me prometeste?
Era tudo oco,
vazio?
Não, não respondas
Deixa as
perguntas no ar
que sofro menos.
Sem comentários:
Enviar um comentário